São Paulo (Reuters) - O grupo brasileiro de energia e transporte Cosan SA Industria e Comercio (SA:CSAN3) e a gigante do petróleo Royal Dutch Shell não têm planos de modificar a atual estrutura societária da joint venture brasileira Raízen, a maior processadora global de cana, disse nesta quinta-feira o presidente do conselho da Cosan Rubens Ometto.
Questionado pela Reuters sobre uma reportagem da mídia local que dizia que a Shell iria exercer uma opção contratual de comprar a parte da Cosan na Raízen, Ometto disse que a informação é infundada.
O jornal brasileiro voltado para economia Valor Econômico disse no início desta semana que algumas mudanças no grupo de gestão da Raízen haviam sido feitas nos últimos dias em preparação para que a Shell assumisse o controle total da joint venture 50/50 formada em 2011.
A Raízen une as operações de açúcar e etanol da Cosan e o negócio de distribuição de combustíveis da Shell no Brasil.
"Nós estamos muito felizes, a Shell está muito feliz, é uma parceira fantástica. (A estrutura) deve continuar da maneira como está", disse Ometto, o homem por trás de uma série de aquisições na última década que transformou a Cosan em líder em açúcar, biocombustíveis, logística e distribuição de gás.
Além dos 50 por cento de ações da Raízen, a Cosan controla a Companhia de Gás de São Paulo Comgás (SA:CGAS5), maior distribuidora de gás natural canalizado do Brasil, e a Rumo Logística Operadora Multimodal SA, uma das maiores companhias ferroviárias da América Latina.
De acordo com Ometto, a Cosan e a Shell estão trabalhando em mudanças no contrato original da joint venture, para modificar as cláusulas de aquisição.
"A opção contratual de a Shell ficar com o negócio todo está sendo desfeita", ele disse.
"Quando você casa com uma pessoa você precisa ter um way-out. Isso foi previsto no contrato original. Mas agora já nos conhecemos, nos damos bem, então aquelas cláusulas de proteção para os dois lados não são mais necessárias", disse.
Ometto afirmou que as mudanças na gestão da Raízen são naturais e continuarão a acontecer quando necessárias, mas não têm relação com eventuais questões societárias.
O diretor de operações da Raízen, Pedro Mizutani, deixou o cargo na companhia recentemente para assumir outra função.
Ometto disse que Mizutani assumiria uma posição mais estratégica na companhia, por causa de seu amplo conhecimento do setor de açúcar e etanol no Brasil.
Procurada pela Reuters, uma porta-voz da Shell afirmou que a empresa "não comenta especulações de mercado".
(Por Marcelo Teixeira)
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 56447723))
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