CPFL Energia vai analisar privatizações das elétricas CEB e CEEE, diz CEO

Publicado 12.11.2020, 21:23
Atualizado 12.11.2020, 21:25
© Reuters. Linhas de transmissão

Por Luciano Costa

SÃO PAULO (Reuters) - A CPFL Energia (SA:CPFE3) quer aproveitar condições financeiras favoráveis dadas por seu baixo endividamento para avaliar oportunidades de expansão, incluindo a privatização das elétricas CEB-D e CEEE-D, dos governos do Distrito Federal e Rio Grande do Sul, disse à Reuters o presidente da companhia, Gustavo Estrella.

A empresa, controlada pela chinesa State Grid, também pretende olhar negócios em geração renovável, com foco no desenvolvimento de novos projetos eólicos e solares, embora compras de ativos no segmento também não sejam descartadas.

"Acho que temos hoje um nível de alavancagem bastante confortável. Para além disso, tem uma perspectiva de taxa de juros baixa no Brasil nos próximos anos, então isso também traz uma fonte barata de financiamento e temos total acesso a esse mercado", explicou, em conversa por vídeo nesta quinta-feira.

A CPFL, que tem mais da metade de seus ativos no segmento de distribuição, quer crescer nesse ramo, mas o setor já está consolidado e não oferecerá novas oportunidades no Brasil a não ser por meio da compra de empresas ou participação em privatizações de concessionárias, acrescentou o executivo.

"Esse então é o canal que temos para crescimento e obviamente temos olhado ele. A gente vê essas oportunidades como boas... olharemos para esse ativos que estão vindo a mercado, CEB (SA:CEBR3) e CEEE. É natural que a gente olhe e acho que conseguimos entrar nesse mercado, nessa disputa, de uma maneira diria competitiva."

O leilão de privatização da unidade de distribuição da CEB, a CEB-D, está previsto para 27 de novembro. Já o Rio Grande do Sul busca viabilizar a licitação dos ativos de distribuição da elétrica local CEEE até o final do ano.

No caso da estatal gaúcha, a CPFL provavelmente teria vantagens competitivas frente a rivais por já ter operações de distribuição na região.

"Claramente a localização geográfica, de fato, é uma variável importante para que a gente consiga gerar mais sinergias. Temos alguns exemplos de investimentos passados nossos... mas, para além disso, também temos um histórico de ativos que não são próximos, mas (nos quais) conseguimos imprimir nossa qualidade e eficiência."

Em geração, a CPFL avalia ser mais competitiva no desenvolvimento de projetos a partir do zero. A empresa, que possui uma unidade focada em geração limpa, a CPFL Renováveis, avaliará negócios tanto em geração eólica, preferencialmente, quando em solar, segundo o CEO.

PANDEMIA, DIVIDENDOS

Os resultados da CPFL no terceiro trimestre mostraram uma recuperação na demanda de clientes residenciais e uma evolução no consumo da indústria e do comércio, que caíram menos que no trimestre anterior.

Para Estrella, são sinais de recuperação da economia e retomada da indústria, embora o crescimento, em uma visão de longo prazo, possa ser mais lento que no passado.

"O fiel da balança talvez seja o déficit fiscal, o sinal que o governo der vai acelerar mais ou menos essa retomada da economia", afirmou ele, ao mostrar preocupação com um eventual descontrole de gastos, que poderia assustar investidores.

O cenário da CPFL também é de gradual alívio na pandemia, mas riscos de uma segunda onda no Brasil estão no radar.

"Esse risco é real, a gente vê que na Europa e EUA já está acontecendo, então realmente temos que estar preparados. Aqui temos uma característica diferente, nosso pico (de infecções) durou mais tempo, isso pode ser um atenuante. Mas não dá pra contar com isso."

Apesar dos impactos da pandemia sobre a economia, a CPFL decidiu manter seu pagamento de dividendos referente a 2019, de 75% do lucro, apenas postergando a data de distribuição, destacou Estrella.

"Foi uma medida de preservação de caixa para entendermos o impacto real que essa crise ia ter para a CPFL... passou aquele primeiro período de mais incerteza e hoje temos um conforto de declarar esse dividendo desse tamanho", afirmou.

A companhia tem uma política de distribuição de ao menos 50% dos lucros desde um re-IPO realizado no ano passado. A decisão sobre os proventos referentes a 2020 ainda não está tomada, e deverá ser discutida no começo de 2021.

(Por Luciano Costa)

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