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Credit Suisse: 'sumiço' de US$ 17,3 bi em bônus leva credores à Justiça

Publicado 23.03.2023, 04:01
© Reuters.  Credit Suisse: 'sumiço' de US$ 17,3 bi em bônus leva credores à Justiç
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Detentores de US$ 17,3 bilhões em títulos de dívida do Credit Suisse (SIX:CSGN), chamados no jargão do mercado de "bônus conversíveis contingentes", ou "CoCo bonds", se organizam para brigar na Justiça por investimentos que viraram pó da noite para o dia com a compra da instituição pelo também suíço UBS. Isso pode prolongar as incertezas relacionadas à venda, feita às pressas no final de semana. Em Wall Street, são apontados entre os maiores afetados pesos-pesados norte-americanos, como a gestora Pimco e a Invesco Capital Management, que juntas teriam mais de US$ 1 bilhão.

Escritórios de advocacia especializados em litígios complexos como o Quinn Emanuel Urquhart & Sullivan e o Korein Tillery têm reunido demandas de investidores que não admitem o cancelamento de seus títulos. A estratégia ainda está sendo definida, com várias opções na mesa, mas o caminho litigioso ganha força na esteira do que aconteceu após a venda do banco espanhol Popular ao Santander (BVMF:SANB11), neste que promete ser o grande teste dos "CoCo bonds".

Criados após a crise financeira internacional de 2008, esses títulos são usados por bancos para captar recursos e atender a exigências regulatórias de capital. Os "CoCo bonds", também conhecidos como "AT1? ou "Additional Tier 1 Bonds", são um instrumento de dívida com retorno maior para os investidores, mas o risco também é mais elevado. Na escala de credores, são os penúltimos da fila a receber por seus investimentos, estando à frente só dos acionistas.

Porém, na venda do Credit para o UBS, os US$ 17,3 bilhões em títulos AT1 do banco foram reduzidos a zero, de acordo com o regulador financeiro da Suíça, Finma. Apesar de essa ser uma possibilidade, o que incomodou os credores foi o fato de não receberem nada, enquanto os acionistas vão embolsar cerca de US$ 3,25 bilhões com a transação. Havia a expectativa de que fosse ocorrer ao menos parte da conversão dos papéis em ações.

"A questão é a incerteza em relação à hierarquia de credores, já que o AT1 teve uma perda maior em relação aos acionistas, o que foi uma surpresa negativa para o mercado de crédito", diz o JPMorgan (NYSE:JPM), em nota a clientes. Uma reunião organizada pelo escritório Quinn Emanuel Urquhart & Sullivan (QE) atraiu ontem mais de 600 interessados de diferentes praças como Suíça e outros países europeus, Estados Unidos e Ásia, segundo apurou o Estadão/Broadcast.

Para o vice-presidente e diretor associado para bancos da FacSet, Sean Ryan, os investidores podem ter ficado surpresos porque a crise surgiu e se tornou séria muito rapidamente. No entanto, por trás do rendimento mais elevado desses títulos, havia um risco associado, e esses investidores estavam cientes dele. "Este é o primeiro teste desses instrumentos. A ideia de que isso poderia acontecer é bem conhecida, mas talvez houvesse uma falta de avaliação do risco que não era apenas fictício, mas algo que poderia ser muito real", diz Ryan, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

ABALO

A baixa contábil de US$ 17,3 bilhões do Credit é a maior perda já registrada no mercado de AT1. O único evento até então havia sido na venda do Popular ao Espanhol por cerca de US$ 1,45 bilhão, nos quais os detentores de títulos também viram seus investimentos reduzidos a pó. Esse tipo de papel é especialmente comum na Europa. O mercado europeu de "CoCo bonds" é estimado em US$ 275 bilhões e na segunda-feira teve forte venda dos papéis, com investidores temendo um risco até então fora do radar.

A Autoridade Bancária Europeia (EBA), o Banco Central Europeu e o Conselho Único de Resolução (SRB) agiram para restaurar a confiança nos títulos AT1. O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) foi na mesma direção, o que levou a uma recuperação dos papéis na terça-feira. Para especialistas, os "CoCo bonds" devem sobreviver ao primeiro grande teste, mas o resultado será um instrumento de captação mais caro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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