A fintech Creditas registrou prejuízo líquido de R$ 57 milhões no quarto trimestre do ano passado, perda 73% menor que a vista um ano antes. A melhoria do desempenho ficou mais forte em dezembro, quando, segundo a companhia, o resultado operacional chegou ao equilíbrio.
O lucro bruto da Creditas foi de R$ 196 milhões no quarto trimestre, um crescimento de mais de duas vezes em relação ao mesmo intervalo de 2022. A margem bruta da empresa voltou a ficar acima dos 40%, enquanto as receitas cresceram 9,1%, para R$ 475 milhões.
No ano de 2023, o prejuízo caiu 64%, para R$ 385 milhões, enquanto o lucro bruto aumentou em 192%, para R$ 639 milhões, e a receita teve alta de 25%, para cerca de R$ 2 bilhões. Os resultados foram divulgados nesta segunda-feira.
Ao longo do ano passado, a Creditas revisou a estrutura de custos e cortou na carne para fazer frente a um cenário ainda complexo para o crédito. Houve um esforço de automação nos processos de aquisição de clientes, além de reduções no quadro de funcionários. Além disso, a empresa mudou o modelo de negócio do shopping online de automóveis Creditas Auto, deixando de trabalhar com estoque próprio e focando na intermediação de vendas entre terceiros.
O CEO da Creditas, Sergio Furio, afirmou que a estratégia agora é reinvestir os resultados na operação da companhia. "Tem investimento em tecnologia, marketing, criação de time, novos canais e no México. Várias coisas acontecendo ao mesmo tempo", disse ele.
Outra parte do esforço foi na carteira de crédito, que ficou estável em relação ao final de 2022, em R$ 5,6 bilhões. As operações tiveram as taxas reajustadas para adequar os preços cobrados dos clientes a uma realidade com juros mais altos no País. A fintech espera manter os reajustes ao longo deste ano.
Para 2024, a Creditas também quer buscar novas reduções nos custos de aquisição de clientes, e também nos custos fixos. Na aquisição de clientes, Furio disse que há espaço para reduzir os custos em 70% nos próximos cinco anos. Nos custos fixos, o foco é fazer mais com o mesmo, ou seja, crescer sem aumentar a estrutura.
A empresa também espera concluir a compra da licença bancária brasileira do Andbank, que ainda depende de aprovação pelo Banco Central. A operação é fundamental para reduzir os custos de captação. "Depende do BC, que está com uma fila grande, mas estamos otimistas. Nossas interações têm sido positivas", afirma o executivo.