Por Sam Boughedda
Um analista do BofA (NYSE:BAC) rebaixou as ações da Companhia Siderurgica Nacional (CSN, BVMF:CSNA3) para Underperform e Ternium SA (BVMF:TXSA34)(NYSE:TX) para "Neutro" em nota na sexta-feira.
O analista disse em um artigo de pesquisa que, após uma temporada de resultados amplamente decepcionante no 2T22, eles fizeram um balanço das condições do mercado e "continuam a notar claros sinais de alerta de um topo".
"Estivemos mais negativos com as mineradoras desde o início de janeiro, mas agora também estamos mais pessimistas com as siderúrgicas, já que o impulso dos lucros atingiu o pico e as tendências macro se tornaram ventos contrários", escreveu o analista.
Na CSN, ele baixou o preço-alvo dos ADRs da empresa (NYSE:SID) para US$ 3,20, afirmando que o rebaixamento reflete uma postura mais negativa sobre as siderúrgicas da América Latina.
"A CSN está mais exposta aos preços spot do aço no Brasil e deve ser a mais prejudicada por uma guerra de preços em comparação com a Usiminas (BVMF:USIM5)(OTC:USNZY), que tem cerca de 1/3 de suas vendas indo para o setor automobilístico com base em contratos de 1 ano, já definidos até 2023. Além disso, estamos cautelosos com a alocação de capital da CSN, com um ciclo de capex pesado principalmente no segmento de mineração (~R$ 12 bilhões nos próximos quatro anos), saídas de caixa para aquisições recentes (~R$5,4 bilhões para LafargeHolcim (OTC:HCMLY) cimento, até R$3,2 bilhões para ativos de energia da CEEE-G – veja nosso feedback) e planeja dobrar o tamanho da CSN nos próximos 2 -3 anos", escreveu o analista.
Na Ternium, ele baixou o preço-alvo da empresa para US$ 40 por ação de US$ 53, explicando que o rebaixamento e o preço-alvo refletem sua visão mais cautelosa sobre o aço e sua relativa preferência por aços longos em vez de planos.
"A avaliação continua atraente, pois vemos a Ternium sendo negociada a ~3,1x EV/EBITDA e gerando um robusto rendimento FCF de 21% em 2023, enquanto seu balanço patrimonial deve permanecer forte mesmo em um cenário mais estressado. gatilhos devido aos contínuos declínios nos preços do aço, e acreditamos que os retornos dos acionistas devem permanecer silenciados à medida que o TX se aproxima de um novo ciclo de investimento, com um potencial de investimento de até US$ 3 bilhões para nova capacidade EAF/DRI na América do Norte para atender às novas regras do USMCA até 2027", disse o analista.