Por Ilona Wissenbach e Christoph Steitz
FRANKFURT (Reuters) - Três grandes fabricantes de caminhões da Europa, Daimler Trucks, AB Volvo e Traton, disseram nesta segunda-feira que planejam formar uma joint venture para desenvolver uma rede de carregamento de baterias para caminhões e ônibus elétricos que percorrem longas distâncias.
A expansão da infraestrutura para recarregá-las tem sido um obstáculo central para adoção de veículos alimentados por baterias. A ausência dessa rede de recarga gera a chamada ansiedade de alcance, o medo de não ter pontos de carregamento suficientes para terminar a viagem.
"O ingrediente-chave para o lançamento futuro de veículos elétricos será infraestrutura. Será o grande gargalo”, disse Martin Daum, presidente-executivo da Daimler Trucks, que será desmembrada da Daimler ainda este ano, à Reuters.
As três empresas, que estão produzindo caminhões elétricos e normalmente são competidoras, vão investir em conjunto 500 milhões de euros (cerca de 600 milhões de dólares) no empreendimento do qual deterão participações iguais e que começará as operações em 2022.
“E a partir de então, estamos muito abertos em todas as direções para permitir que interessados façam parcerias conosco e realmente tragam capital para a joint venture”, disse Matthias Gruendler, presidente-executivo da Traton, acrescentando que espera muitos interessados assim que a parceria entrar em operação.
O objetivo é instalar e operar pelo menos 1.700 pontos de recarregamento de baterias de caminhões elétricos em cinco anos.
A empresa conjunta terá sede em Amsterdã e buscará ao longo do tempo mais parceiros e financiamento público.
A Associação da indústria automotiva europeia, ACEA, pediu que haja até 50 mil pontos de recarregamento de alto desempenho até 2030. Gruendler afirmou que quase 10 bilhões de euros seriam necessários para construir a infraestrutura da Europa de modo que o continente seja coberto pela rede eletrificada até 2050.
“Para acelerar ainda mais, precisamos de mais parceiros, mais redes e financiamento público”, disse Martin Lundstedt, presidente-executivo da Volvo. “Continuaremos a ser competidores ferozes. Mas precisamos de uma nova plataforma sobre a qual competir.”