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Dimon, do JPMorgan, critica projeto de regras de capital dos bancos dos EUA

Publicado 12.09.2023, 11:15
Atualizado 12.09.2023, 11:20
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Por Nupur Anand

NOVA YORK (Reuters) - O presidente-executivo do JPMorgan (NYSE:JPM) Chase, Jamie Dimon, criticou as regras de capital mais rígidas propostas pelos órgãos reguladores dos Estados Unidos, dizendo a investidores que elas podem reduzir a oferta de crédito e prejudicar o crescimento econômico.

A proposta de exigir que os bancos reservem mais capital para se protegerem contra riscos foi "extremamente decepcionante" e envolveu uma "falta de transparência" por parte dos órgãos reguladores, disse Dimon em uma conferência em Nova York, na segunda-feira.

"Eu não seria um grande comprador de um banco", acrescentou o presidente do maior banco dos Estados Unidos, arrancando risos da plateia.

O JPMorgan comprou o First Republic no início deste ano em um acordo apoiado pelo governo norte-americano durante a crise dos bancos de médio porte no país.

Dimon questionou o que os reguladores estavam tentando conseguir com as regras. "Tudo o que eu quero é equidade, transparência e abertura", disse ele.

Representantes do Federal Reserve, da Federal Deposit Insurance Corp e do Gabinete de Controladoria da Moeda não comentaram o assunto.

ECONOMIA GLOBAL

Dimon disse acreditar que o mercado chinês não é mais tão lucrativo quanto antes. O executivo também disse que sua avaliação após uma viagem que fez à China em maio, pela primeira vez em quatro anos, é "altamente cautelosa".

"Em termos de nosso próprio negócio, o risco-retorno (da China), que era muito bom, agora está ok. O risco é ruim", disse ele, acrescentando que o banco é cauteloso na gestão de seu risco.

A economia da China cresceu em um ritmo frágil no segundo trimestre, com uma expansão do produto interno bruto de apenas 0,8% em relação ao trimestre anterior.

Nos Estados Unidos, embora o consumidor e o setor bancário continuem fortes, Dimon disse que estava mais cauteloso do que seus pares em relação ao ambiente econômico.

"Acho que as pessoas cometem o erro de olhar para os números em tempo real e não olhar para o futuro. E o futuro tem um aperto quantitativo. Estamos gastando dinheiro como marinheiros bêbados em todo o mundo, essa guerra na Ucrânia ainda está acontecendo", disse ele, acrescentando que presumir que o ambiente estaria em expansão por anos é um grande erro.

O aperto quantitativo refere-se a uma reversão das compras maciças de ativos pelo banco central realizadas para apoiar os mercados de títulos quando o coronavírus chegou em 2020 e durante a crise financeira global há 15 anos.

Embora a economia norte-americana pareça estar aquecida atualmente, o impacto da retirada das medidas de estímulo fiscal só poderá ficar mais claro nos próximos 12 a 18 meses, advertiu.

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