Distribuidores de aço plano esperam estabilidade de preços das usinas até fim do ano

Publicado 21.08.2025, 12:13
Atualizado 21.08.2025, 14:05
© Reuters.

SÃO PAULO (Reuters) -Estoques elevados de aços planos no Brasil estão criando um ambiente de estabilidade de preços neste segundo semestre, afirmou nesta quinta-feira o presidente da associação de distribuidores do material, Inda, Carlos Loureiro.

"Nossa perspectiva é de estabilidade, achamos que os preços chegaram a um piso", disse o executivo em entrevista a jornalistas. "Baixar mais os preços não vai criar mais mercado", disse Loureiro, se referindo ao abastecimento pleno do mercado interno atualmente.

Segundo os números do Inda, as vendas de aços planos pelos distribuidores em julho subiram 10,1% sobre junho e avançaram cerca de 3% no comparativo anual, para 345,5 mil toneladas.

O setor distribuidor terminou o mês passado com estoque 16,2% mais alto que em julho de 2024, a 1,096 milhão de toneladas, equivalente a 3,2 meses de estoques ante uma média histórica de 2,9 meses, segundo os dados do Inda.

Para agosto, a expectativa do Inda é de queda de 2,5% nas vendas de aço plano no Brasil, para 336,9 mil toneladas.

Loureiro citou um crescimento de 12% no consumo aparente de aço plano, mas afirmou que essa expansão tem se dado sobre formação de estoques.

"Isso não reflete consumo real... O que está crescendo é o estoque e esse volume grande está na mão dos importadores. Isso está pressionando muito o mercado", disse Loureiro.

A alta dos estoques, disse o executivo, tende a perder força mais para o final do ano diante da atual incerteza entre os importadores sobre o nível do câmbio em meio à guerra comercial e tensões geradas por Washington na aplicação de sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal.

"A grande maioria dos importadores trabalha com pagamento para 180 dias... Há uma certa tensão por causa dessa possibilidade de disparada do dólar... Isso deve gerar diminuição de importação e na virada do ano poderemos ter um mercado mais saneado", disse Loureiro.

O comentário do executivo se referiu ainda aos efeitos de um possível acirramento na disputa entre EUA e Brasil na resposta do STF sobre as sanções norte-americanas.

Em entrevista à Reuters nesta semana, Moraes afirmou que tribunais brasileiros podem punir instituições financeiras nacionais que bloquearem ou confiscarem ativos domésticos em resposta a ordens norte-americanas.

Já sobre as exportações, o volume de aço plano enviado aos EUA em julho somou 486 mil toneladas, uma queda de mais de 50% sobre as 1,09 milhão de toneladas exportadas ao país no mesmo período do ano passado, quando Washington não tinha revisto o regime de cotas livres de sobretaxas, segundo os dados do Inda.

(Por Alberto Alerigi Jr., edição Michael Susin e Patrícia Vilas Boas)

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