SÃO PAULO (Reuters) - A empresa uruguaia de pagamentos Dlocal (NASDAQ:DLO) recebeu autorização do Banco Central do Brasil para operar como instituição de pagamento no país, de acordo com publicação no Diário Oficial da União nesta segunda-feira.
A companhia, o primeiro "unicórnio" (nome dado a empresas que valem mais de 1 bilhão de dólares) uruguaio, tem clientes como Shein, Amazon (NASDAQ:AMZN) e Netflix (NASDAQ:NFLX), e viu o Brasil se tornar recentemente seu segundo maior mercado em termos de receita.
Nos últimos meses, porém, a companhia entrou em foco devido a questionamentos sobre sua gestão e contabilidade. A dLocal negou essas alegações.
De acordo com o Diário Oficial, a dLocal Brasil Instituição de Pagamento S.A. recebeu o aval do Departamento de Organização do Sistema Financeiro do BC para operar como instituição de pagamento nas modalidades de emissor de moeda eletrônica e iniciador de transação de pagamentos.
Como emissor de moeda eletrônica, a companhia pode emitir cartões pré-pagos, enquanto um iniciador de transação de pagamento pode possibilitar que o cliente efetue pagamentos e transferências de clientes pela internet sem ter que acessar o ambiente do banco onde a pessoa tem conta.
A dLocal teve receita de 137,3 milhões de dólares nos primeiros três meses de 2023, alta de 57% contra o mesmo período do ano anterior. Desse total, 22,8 milhões de dólares vieram do Brasil, segundo maior mercado da empresa, atrás apenas da Nigéria.
Em dezembro de 2022, a gestora multimercado Muddy Waters revelou estar operando vendida (de modo que lucraria com a queda das ações) na dLocal. Na ocasião, Carson Block, dono da empresa de investimentos, disse que tinha encontrado diversos "sinais vermelhos" nas contas da fintech. A dLocal afirmou que as declarações continham diversas alegações imprecisas, infundadas e especulações.
Já em maio deste ano, a ação da companhia tomou outro baque, após o veículo de mídia argentino Infobae dizer que o governo local investigava a companhia por "manobras impróprias" e transferências de recursos ao exterior de pelo menos 400 milhões de dólares que poderiam configurar fraude. A companhia disse na ocasião que a reportagem era factualmente imprecisa e enganosa.
(Por André Romani)