O dólar chegou a renovar máxima e atingir R$ 5,001 (alta de 0,66%) no mercado à vista na manhã desta segunda-feira, 5. O mercado reflete especialmente as falas divulgadas no domingo do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, em entrevista à emissora CBS, na qual ele reafirmou que um corte de juros em março não é o mais provável e citou riscos no curto prazo, como o quadro geopolítico.
O economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni, diz que o foco dos investidores hoje esta justamente no Federal Reserve e seus próximos passos na política monetária.
Os juros dos Treasuries sobem em meio à percepção de que a economia norte-americana segue em aceleração e o Fed deve demorar mais tempo para diminuir os juros e também o ciclo de corte pode ser menor que o esperado, avalia. "O mercado esta apostando agora em apenas três cortes de 0,25 ponto porcentual e início do flexibilização em maio, mas há dúvidas ainda."
O Fed deve esperar o payroll de abril para observar a reação do emprego e da economia, porque há receio de precipitação no corte pelos dirigentes do BC americano, afirma o economista.
No Brasil, segundo ele, o Congresso retoma os trabalhos e o mercado vai monitorar o quanto está desgastada a relação do governo com a Câmara e o Senado, a fim de aferir a força do governo para aprovar as medidas propostas em tramitação nas duas casas.
Às 10h29, o dólar à vista subia 0,61%, a R$ 4,9985, depois de ultrapassar a marca de R$ 5 às 10h23. O dólar para março ganhava 0,50%, a R$ 5,009, ante máxima a R$ 5,0115 (+0,55%).