Dona da Zara recua na bolsa com desaceleração de crescimento de vendas

Publicado 12.03.2025, 12:48
Atualizado 12.03.2025, 12:50
© Reuters. Loja da Zara em Pequim, Chinan16/04/2021nREUTERS/Tingshu Wang

Por Helen Reid e Corina Pons

ARTEIXO, Espanha (Reuters) - A Inditex (BME:ITX), controladora da rede espanhola de vestuário Zara, divulgou nesta quarta-feira um ritmo mais fraco de vendas no começo do seu primeiro trimestre fiscal iniciado em 1º de fevereiro, levantando dúvidas entre os investidores sobre sua capacidade de manter o rápido crescimento recente, o que fez suas ações recuarem mais de 8% em Madri.

O presidente-executivo da Inditex, Oscar Garcia Maceiras, disse que as constantes mudanças nas notícias sobre tarifas e de cunho geopolítico estão dificultando previsões de longo prazo, sendo o mais recente líder empresarial a destacar o impacto da incerteza gerada pelos tumultos ao comércio global gerados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

As vendas da Inditex cresceram 4% desconsiderando impacto do câmbio no período de 1º de fevereiro a 10 de março, em comparação com o crescimento de 11% um ano atrás. As vendas terão que acelerar significativamente para atenderem à previsão de analistas de crescimento de 8,8% no primeiro trimestre, disse William Woods, analista da Bernstein.

A divulgação de desempenho foi a mais fraca feita pela Inditex desde 2016, sem considerar os anos de pandemia, disseram analistas do UBS.

A Inditex não deu nenhuma razão para o crescimento mais lento, mas as empresas têm alertado sobre demanda mais fraca, particularmente nos EUA, o segundo maior mercado da Inditex, depois da Espanha. A guerra comercial em curso com China, México e Canadá tem pressionado os consumidores norte-americanos.

"Vivemos em um ambiente incerto, um ambiente no qual é, logicamente, nossa obrigação monitorar cada notícia que é produzida. E, ao longo de um único dia, às vezes aparecem notícias contraditórias, o que torna difícil fazer previsões de longo prazo", disse Garcia Maceiras a jornalistas na sede da Inditex em Arteixo, norte da Espanha.

Maceiras, porém, disse que a Inditex está bem posicionada para se adaptar à guerra comercial, dada sua diversificação geográfica, e minimizou a recente desaceleração nas vendas do início do trimestre, dizendo que esse foi apenas um período curto no começo da temporada. "Estamos otimistas em relação a 2025", disse ele.

A empresa informou um crescimento de 10,5% nas vendas do ano fiscal, totalizando 38,6 bilhões de euros.

"A Inditex não pode mais crescer em vendas no ritmo a que estávamos acostumados", disse Xavier Brun, gestor de portfólio da Trea Asset Management, com sede em Madri, que detém ações do grupo.

"Mas a reação do mercado é excessiva", acrescentou. "A Inditex está investindo pesadamente em logística e isso permitirá que ela ganhe eficiência, embora o consumo possa cair nos próximos trimestres."

Em comentários sobre suas perspectivas para 2025, a Inditex disse que tem um "forte compromisso com o crescimento lucrativo" depois que o lucro líquido de 2024 cresceu 9%, para 5,9 bilhões de euros.

A Inditex, que também é proprietária das marcas Bershka, Pull&Bear, Massimo Dutti, Stradivarius e Oysho, disse que aumentará o dividendos em 9%, para 1,68 euro por ação.

A Inditex planeja investir 1,8 bilhão de euros este ano, o que inclui reformas de lojas, adoção de tecnologia e melhorias de plataformas online.

(Reportagem de Helen Reid, reportagem adicional de Marta Serafinko)

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