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Em guerra do atacarejo, o que vale é ponto, ponto, ponto, diz presidente do Assaí

Publicado 15.10.2021, 12:56
Atualizado 15.10.2021, 14:55
© Reuters. Vista interna de loja da varejista Assaí. 11/1/2017. REUTERS/Paulo Whitaker

SÃO PAULO (Reuters) - O Assaí (SA:ASAI3) viu uma oportunidade única de acelerar sua expansão com a aquisição de lojas do Extra Hiper no momento em que o setor de atacarejo corre para abrir lojas em um cenário inflacionário que deve se prolongar nos próximos anos, afirmou o presidente da companhia nesta sexta-feira.

A transação de 5,2 bilhões de reais anunciada na noite da véspera vai elevar o parque do Assaí em 71 lojas, trazendo para a companhia um faturamento extra de 25 bilhões de reais, que deve fazer o Assaí atingir receita bruta de 100 bilhões até 2024 com mesmo nível atual de margem de lucro (Ebitda), disse Belmiro Gomes, em teleconferência com analistas.

"Teve dois eventos neste ano que mudaram a geografia do mercado: o primeiro foi a aquisição do grupo BIG pelo Atacadão (SA:CRFB3), principal rival do Assaí e líder do setor", disse ele.

"Havia na nossa visão um distanciamento que nós precisávamos buscar uma forma de acelerar nossa expansão de forma rentável", acrescentou. "O ativo que nos parecia mais vital para isso era o parque de lojas do Extra Hipermercado", disse, citando fatores como baixa sobreposição de lojas, velocidade de incorporação dos pontos e custo de reforma para o formato de atacarejo.

Segundo ele, outro "divisor de águas" para a transação com o GPA foram acordos com locadores de lojas que antes não permitiam que hipermercados fossem convertidos em lojas de atacarejo, que precisam de obras de reestruturação para operarem como tal.

Em julho, o GPA fez acordo com a Península, family office da família Diniz, envolvendo locação de imóveis.

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Segundo Gomes, o Assaí precisaria ter 110 lojas para conseguir o mesmo nível de faturamento que espera obter com as 71 lojas do Extra Hiper que vai incorporar ao seu parque. E a pressa da empresa em fechar o negócio deve-se a perspectivas de inflação pressionada no próximo ano, levando clientes a buscarem preços menores em regiões onde a bandeira não está presente.

"Lojas nesse nível custam mais de 100 milhões de reais para serem feitas, com todo o tempo para se fazer uma loja... A gente fala que para qualquer comércio tem três fatores importantes: o primeiro é ponto, o segundo é ponto e o terceiro é ponto."

Segundo o Assaí, do valor total a ser pago pelo negócio, 500 milhões serão desembolsados neste ano. As parcelas seguintes somam cerca de 1,6 bilhão de reais até o fim de 2022, 1,2 bilhão até junho de 2023 e mais 700 milhões até o início de 2024.

REPERCUSSÃO

O Itaú BBA afirmou em relatório que, se o Assaí atingir a previsão de receita de 25 bilhões de reais até 2024 com as lojas compradas, ante faturamento atual de 9 bilhões, a "transação provavelmente fará sentido do ponto de vista financeiro".

Mas os autores do relatório se disseram "profundamente desconfortáveis" com o fato de os minoritários do grupo não terem sido ouvidos e que o Assaí está pagando "o preço mais caro por loja (mais de 100 milhões de reais cada, após investimento na reforma) que já vimos".

"Não vemos outra alternativa que não seja cortar a avaliação de ASAI3 para 'market perform' até o mercado digerir a transação e tenhamos mais conforto com o racional do negócio e suas condições", acrescentou o analista Thiago Macruz do Itaú BBA.

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A ação do Assaí liderava perdas no Ibovespa, caindo 2,9% às 14h50 enquanto o índice subia 1,13%. As ações do GPA, enquanto isso, lideravam a alta do índice, disparando 14%.

Na conferência, Macruz comentou que sua equipe mapeou abertura de quase 300 lojas abertas pelo setor de atacarejo no país nos últimos dois anos. Já, Faiçal, do GPA, mais cedo que o setor deve abrir 500 a 600 lojas no pais nos próximos 5 anos.

A XP ponderou que a transação possa parecer cara à primeira vista, "agrega valor, mesmo sob premissas conservadoras". Os analistas da XP Danniela Eiger, Thiago Suedt e Gustavo Senday afirmaram que o valor implícito por loja, incluindo o investimento na conversão, é de 90 milhões a 95 milhões de reais, "valor que se compara às expansões orgânicas recentes do Assaí em grandes cidades em torno de 80 milhões a 90 milhões".

O presidente do Assaí disse que negociou a transação diretamente com o colega do GPA, Jorge Faiçal, nos últimos meses e que não houve contato com os acionistas minoritários porque a empresa tinha pressa em ter as lojas desocupadas já em janeiro de 2022. "Havia a questão de timing", disse Gomes, ressaltando que o assunto, pelo estatuto das companhias poderia ser resolvido apenas pelo conselho de administração.

Com a transação, o Assaí vai elevar sua base de lojas para 300 pontos no país até 2023, ante 187 em junho passado, já considerando no processo expansões orgânicas que não tiveram mudanças, uma vez que eles estavam sendo desenhados antes do negócio do GPA, disse o presidente da empresa.

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Mas ele ponderou que o ritmo de abertura orgânica de lojas em 2022 vai ficar mais lento, uma vez que o Assaí pretende abrir 40 lojas adquiridas do Extra Hiper em 2022 e outras 30 em 2023.

Já o GPA se livra de um formato de loja que mantinha há mais de 30 anos e que vinha enfrentando forte competição do atacarejo e da própria explosão do comércio eletrônico, acelerada pelas medidas de isolamento social da pandemia.

Falando a analistas mais cedo, o presidente do GPA afirmou que agora a empresa "fica mais leve" e "deixará de trabalhar na defensiva e partirá para o ataque, trabalhando suas fortalezas", no caso, a bandeira Pão de Açúcar (SA:PCAR3), o formato de lojas de proximidade e o comércio eletrônico alimentar, onde tem parceria com o Mercado Livre (NASDAQ:MELI)..

(Por Alberto Alerigi Jr.)

Últimos comentários

na pratica o Pao de açucar se livrou de um peso e um segmento que vinha dando prejuizo....
Jogada de Mestre do CEO da ASSAÍ .
Cuidado Assaí. Ponto, ponto, e ponto não é tudo. Acho que primeiro é o poder aquisitivo da clientela. Ponto não estabelece nada, sem esse leve detlahe.
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