Investing.com – A crise no país vizinho esteve entre um dos motivos para resultados fracos da Natura (BVMF:NTCO3), que passa por um processo de reestruturação em suas operações, na visão de analistas. Dificuldades na Avon e a desvalorização do câmbio argentino estiveram entre os gatilhos negativos do balanço do quarto trimestre.
A companhia apresentou um prejuízo líquido de R$2,7 bilhões entre outubro e dezembro de 2023, contra resultado negativo de R$890 milhões no mesmo intervalo do ano anterior. A Natura ainda anunciou proventos de R$979,176 milhões, ou R$0,709217 por ação. A data de corte é dia 19 de março, com pagamento previsto para ocorrer em 19 de abril.
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A Guide Investimentos considerou os dados novamente fracos, assim como o desempenho da Avon, e ressaltou a importância da desvalorização do câmbio na Argentina. “As operações da Natura seguem sendo negativamente afetadas pela expansão na América Latina (principalmente Argentina) e pelos resultados fracos da Avon, que mais do que compensam os bons resultados da operação da Natura no Brasil”, aponta a Guide.
Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, o banco Goldman Sachs (NYSE:GS) avaliou o balanço trimestral como misto, mas com tendências encorajadoras, como o crescimento robusto da marca Natura no Brasil, assim como os ganhos gerais de margem da otimização do portfólio.
Os analistas do GS mencionam ainda efeitos positivos do mix, aumentos de preços e controle de despesas gerais e administrativas. Por outro lado, os analistas Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini citam alto nível de reestruturação e despesas pontuais em meio ao processo de ajustes.
Sobre a exposição argentina, o GS afirmou que “a administração observou que espera continuar a ver volatilidade nas receitas, mas com ganhos de margem para o ano inteiro”. O banco possui indicação neutra para os papéis, com preço-alvo de R$18.
A implementação da Onda 2 segue no foco dos investidores, assim como seus obstáculos operacionais e comerciais. De acorro com o banco BTG (BVMF:BPAC11), a recuperação da companhia segue dando frutos, mas continua desafiadora, com resultados fracos diante de ajustes em curso, ainda que com algumas melhorias em relação a trimestres anteriores.
Segundo os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima, além das vendas fracas, o balanço foi afetado pelo impacto da desvalorização do peso argentino, tendo em vista que a bandeira Natura é destaque em vendas na América Latina.
“Em sua operação na América Latina, a NTCO sentiu os impactos da implementação da Onda 2, com o número de representantes de vendas caindo 15% ao ano no Brasil e 18% em outros mercados latino-americanos”, detalham, ao ponderar que a expansão da margem bruta continua positiva. O BTG conta com recomendação neutra para Natura, com preço-alvo de R$18.
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Às 10h47 (de Brasília), as ações subiam 0,35%, a R$17,39.
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