Investing.com - O mercado parece reagir com tranquilidade às declarações do governo brasileiro de se recusar a vender o controle acionário da Embraer (SA:EMBR3). Os papéis da fabricante brasileira avançam 1,88% a R$ 20,58. Na NYSE, a valorização é de 1,88% a US$ 24,90.
Pela manhã, o presidente da república, Michel Temer, e o ministro da Defesa, Raul Jungmann, descartaram a possibilidade da transferência do controle da fabricante para brasileira para a gigante americana. Para Temer, qualquer tipo de parceria é bem-vinda.
Para Jungmann, o governo vê como positivo o interesse de companhias estrangeiras em realizar parceiras com a Embraer, mas pelo fato de a empresa estar no centro de um projeto de soberania nacional, não há a possibilidade de autorizar a venda.
O ministro explicou que caso a venda acontecesse, uma empresa estrangeria estaria no controle de projetos importantes para o país como o programa dos caças Gripen NG, dos caças Embraer EMB-314, chamado de Super Tucano, além da transferência de tecnologia relacionada ao satélite estacionário brasileiro.
Para Boeing, a compra da Embraer representa um novo fôlego no mercado para fazer frente às gigantes do setor, Airbus e Bombadier, que anunciaram, em outubro, uma sociedade para produção de jatos comerciais.
Em comunicado conjunto publicado ontem (21) pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (Securities and Exchange Commission), a Embraer e a Boeing informaram que estão em tratativas a respeito de uma “potencial combinação”. De acordo com o texto, as bases da negociação ainda estão em discussão.
De acordo com relatório do BTG Pactual (SA:BPAC11), a Embraer seria complementar à Boeing, especialmente com seu portfólio regional de jatos, mas também por meio da incorporação de produtos atraentes nos segmentos executivo e de defesa”, explicou o banco de investimento em um relatório enviado a clientes.
Os analistas Renato Mimica e Samuel Alves lembram que atualmente as empresas já possuem relações comerciais no mercado (acordo KC-390), enquanto a Embraer está expandindo sua presença de produção nos EUA. As sinergias (aquisição, distribuição, assistência) também podem ser substanciais, avaliam.
“Embora não estejamos totalmente surpresos com a notícia, vemos isso como positivo para a Embraer. Há muito que consideramos que, com o aumento do número de linhas aéreas em todo o mundo, o acordo entre a Airbus e a Bombardier poderia ser um prenúncio de maior consolidação”, ressalta o Credit Suisse em relatório assinado por Robert Spingarn, Jose Caiado e Audrey Preston