Por Essi Lehto e Elviira Luoma
HELSINKI (Reuters) - As empresas de papel e celulose finlandesas trabalharão com o governo para protegerem a vida selvagem e evitarem a repetição de um desastre ocorrido em agosto, quando mexilhões pérola de água doce, ameaçados de extinção, foram esmagados por máquinas florestais, disse o Ministro do Meio Ambiente, Kai Mykkanen.
"Hoje nos reunimos com a alta gerência das principais empresas florestais para iniciar um processo que trará de volta a confiança de que esses tipos de casos não voltarão a acontecer", disse Mykkanen a jornalistas nesta terça-feira.
Milhares de mexilhões pérola foram esmagados no mês passado quando máquinas que transportavam toras de madeira cruzaram um rio em um local de extração da Stora Enso, no norte da Finlândia.
A mergulhadora científica Myyri Sysivesi foi a primeira a descobrir os danos quando chegou ao local de extração de madeira com um colega para pesquisar os moluscos.
"Ouvimos as máquinas...e imediatamente percebemos que nem tudo estava como deveria estar no rio. Todo o leito do rio estava coberto por uma lama espessa", disse ela à Reuters.
Sysivesi disse que ela e seu colega encontraram conchas quebradas e mexilhões mortos perto do ponto em que as máquinas cruzaram o rio, acrescentando que lodo e sujeira privaram os moluscos de oxigênio.
A polícia finlandesa disse que está investigando o caso como crime ambiental grave.
A Stora disse que o esmagamento dos mexilhões foi resultado de problemas de comunicação e de erro humano. A empresa suspendeu a extração de madeira em áreas ambientalmente protegidas por duas semanas e disse que pagará pela restauração do rio.
Em sua própria investigação, a Stora encontrou danos semelhantes em outro local de extração de madeira, dizendo que vai monitorar melhor a colheita de toras de madeira no futuro.
A Finlândia é um grande produtor e exportador de celulose, papel e outros produtos que se baseiam no corte de árvores.