Por Liz Hampton e Sabrina Valle
HOUSTON (Reuters) - Empresas de petróleo e gás dos Estados Unidos se esforçavam nesta quinta-feira para retomar operações offshore, à medida que a extensão dos danos causados pelo furacão Ida se torna mais aparente.
Os ventos de 240 km/h do Ida atingiram diretamente a infraestrutura de energia do país. Cerca de 80% da produção de óleo e gás do Golfo do México permanecia interrompida em centenas de plataformas e sondas, enquanto as companhias do setor lutavam para concluir avaliações aéreas e retomar as atividades de trabalhores devido aos danos a terminais terrestres.
Algumas empresas, incluindo BHP e Murphy Oil, deram os primeiros passos para a retomada da produção offshore --mas elas representam uma minoria. Apenas 39 das 288 plataformas que tiveram trabalhadores retirados na semana passada haviam recebido novas tripulações na quarta-feira, de acordo com o Departamento de Segurança e Fiscalização Ambiental dos EUA.
Alguns oleodutos e instalações de processamento de petróleo conseguiram retomar operações, mas a maioria acabou prejudicada por quedas de energia, falta de suprimentos e danos causados pelos fortes ventos.
Port Fourchon, na Louisiana, um importante centro de logística offshore, ficou sem energia e água e teve suas estradas fechadas para todos, com exceção de veículos de emergência.
"A área está completamente devastada", disse Tony Odak, diretor de operações da Stone (NASDAQ:STNE) Oil Distributor, uma importante fornecedora de combustíveis para a indústria offshore. A empresa está realocando algumas atividades para o oeste da Louisiana como parte de seu plano de recuperação.
A gravidade da tempestade foi ressaltada pelos danos sofridos por um navio-sonda sacudido pelos ventos do Ida. Membros da tripulação do Globetrotter II, da Noble Corp (OTC:NEBLQ), apelaram por ajuda à Guarda Costeira dos EUA, que disse ter enviado uma embarcação e uma aeronave para escoltar o navio até o porto.
Mais de duas dúzias de navios programados para descarregar petróleo importado em refinarias da Louisiana ou carregar petróleo para exportação já antecipam atrasos, de acordo com dados de rastreamento e fontes do setor.
Sete refinarias de petróleo, que produzem gasolina e outros combustíveis, podem ficar fora de operação por até quatro semanas devido à falta de energia e água. A tempestade afetou plantas operadas por Marathon Petroleum, Phillips 66 (NYSE:PSX), Valero Energy e PBF Energy no sudeste da Louisiana.
(Reportagem adicional de Devika Krishna Kumar, Erwin Seba e Marianna Parraga)