Por Stephen Jewkes
MILÃO (Reuters) - A elétrica italiana Enel (MI:ENEI) prometeu nesta terça-feira investir mais em seus negócios de rede e energia renovável para aumentar os lucros e atender à crescente demanda por eletricidade e novos serviços digitais, citando o Brasil entre os países em que reforçará o foco de atenções.
Em seu novo plano de três anos, a maior empresa privada de energia renovável do mundo elevou sua intenção de gastos nos próximos três anos em 12 por cento, para 27,5 bilhões de euros, com cerca de 80 por cento destinados a operações renováveis e redes.
A empresa, que controla o grupo espanhol de energia Endesa, disse que espera que 62 por cento de sua produção de energia seja livre de emissões até 2021, contra 48 por cento neste ano. Em 2050, ela não terá rastro de carbono.
"Renováveis são cada vez mais a escolha dos clientes", disse o presidente-executivo da Enel, Francesco Starace, a analistas.
Para vender eletricidade, a Enel está recorrendo cada vez mais a contratos de compra com empresas como o Google, da Alphabet (NASDAQ:GOOGL), e o Facebook (NASDAQ:FB), que demandam energia de fontes renováveis.
A Enel informou que pretende acrescentar 11.600 megawatts (MW) de nova capacidade renovável nos próximos três anos, principalmente nas Américas, enquanto retira cerca de 7.000 MW de capacidade térmica.
"A Enel reforçará seu foco em mercados onde tem presença integrada, como Itália, Espanha, Chile e Brasil", afirmou.
A concessionária disse que seu lucro principal deve crescer cerca de 6 por cento ao ano e chegar a 17,4 bilhões de euros em 2019, acima dos 17,2 bilhões de euros do plano anterior.
A empresa confirmou que distribuiria 70 por cento de seu lucro líquido ordinário como dividendos, mas disse que estava introduzindo uma meta de dividendo mínimo por ação sobre o plano pela primeira vez.
"As metas da Enel foram significativamente melhores do que o esperado, com foco no crescimento de energias renováveis e redes, eficiência ... e retorno para os acionistas", disse a corretora Equita, de Milão.
Os papéis da elétrica fecharam em alta de 0,79 por cento em Milão, enquanto o índice de referência da bolsa italiana cedeu 1,87 por cento.
Starace disse que a Enel estava pronta para fazer aquisições. "Não há margem de manobra no balanço e aquisições de médio porte permanecem uma opção", disse ele.
(Reportagem de Stephen Jewkes)