Por Francesca Landini
MILÃO (Reuters) - A italiana Enel (BIT:ENEI) tem planos de investir 35,8 bilhões de euros nos próximos três anos em uma abordagem mais cautelosa com os aportes, disse o novo executivo-chefe do grupo de energia nesta quarta-feira.
Cerca de 19 bilhões de euros serão gastos em redes, enquanto os investimentos em energias renováveis serão mais seletivos, afirmou o grupo em seu novo plano estratégico, com 12,1 bilhões de euros direcionados para energia eólica em terra, solar e armazenamento de bateria.
A Enel disse que planeja adicionar cerca de 13 gigawatts (GW) de nova capacidade de energia verde em todo o mundo, também por meio de parcerias com outros grupos.
O grupo dedicará 49% do Capex bruto a investimentos na Itália, acima dos 48% do plano anterior, que previa investimentos de 37 bilhões de euros, incluindo 17 bilhões para energias renováveis.
Flavio Cattaneo, que sucedeu o CEO de longa data Francesco Starace em maio, disse que o novo plano de negócios 2024-26 transformaria a Enel em um grupo mais enxuto e flexível.
"Nos próximos três anos, adotaremos uma abordagem mais seletiva em relação aos investimentos, a fim de maximizar a lucratividade e, ao mesmo tempo, minimizar os riscos", disse Cattaneo em um comunicado, acrescentando que a disciplina financeira seria a pedra fundamental de sua estratégia.
A Enel disse que seu lucro líquido ordinário deverá crescer em média 6% a cada ano para atingir 7,1-7,3 bilhões de euros em 2026.
O grupo confirmou um piso de 0,43 euro por ação para seus dividendos nos próximos três anos e se comprometeu a aumentar os dividendos por ação até um pagamento de 70% sobre o lucro líquido ordinário se a neutralidade do fluxo de caixa for alcançada.
O novo CEO redefiniu um plano de alienação de ativos anunciado pela administração anterior, indicando que o grupo esperava reduzir a dívida em cerca de 11,5 bilhões de euros entre 2023 e 2024, dando mais tempo para finalizar as vendas do que o planejado anteriormente.
Espera-se agora que a dívida financeira líquida caia para cerca de 2,3 vezes o lucro do grupo antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em 2026.
No final deste ano, a dívida líquida deverá se situar entre 60 e 61 bilhões de euros, ou 2,7 a 2,8 vezes o Ebitda, acima do indicado no plano de negócios anterior.
(Reportagem de Francesca Landini)