A Eneva (BVMF:ENEV3) registrou prejuízo líquido atribuído a controladores de R$ 60,9 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo o lucro líquido de R$ 222,9 milhões reportado no mesmo período de 2023. O resultado considera as participações minoritárias da companhia. Sem esse efeito, a empresa registrou um resultado líquido positivo de R$ 66,7 milhões no período, abaixo do lucro de R$ 222,7 milhões reportado um ano antes.
A receita operacional líquida da Eneva somou R$ 2,004 bilhões entre janeiro e março, montante 18,5% menor na comparação com os R$ 2,459 bilhões registrados nos mesmos meses do ano anterior.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) alcançou R$ 1,089 bilhão de janeiro a março, o que representa uma queda de 6,8% na comparação com igual etapa do ano passado. A margem Ebitda ficou em 54,4%, 6,8 pontos porcentuais acima dos 47,5% verificados um ano antes.
Segundo a companhia, apesar do valor representar uma queda em relação ao reportado um ano antes, reflete o desempenho operacional positivo com geração para despacho regulatório termelétrico, a volta da demanda por exportação e a conclusão da estabilização da usina Jaguatirica II.
"É importante ressaltar que o Ebitda do primeiro trimestre de 2023 foi impulsionado pelo impacto positivo de R$ 203,9 milhões referente ao valor da variação da marcação a mercado (MtM) dos contratos de energia do segmento de comercialização que, naquele trimestre, foi pontualmente impactado pela realocação dos contratos de Futura 1 para a Comercializadora", explicou.
Segundo a empresa, excluindo o efeito da variação do MTM em ambos os trimestres, o Ebitda ICVM consolidado teria apresentado crescimento de R$ 126,7 milhões, ou 13,1%, na comparação anual. Além disso, a Eneva explicou que o Ebitda do trimestre foi negativamente impactado pelo encerramento das operações na termelétrica Fortaleza, que foi desligada em dezembro passado.
O resultado financeiro da companhia foi negativo em R$ 707,1 milhões, alta de 62,5% ante os R$ 435,2 milhões negativos do primeiro trimestre do ano passado, influenciado pelo impacto não caixa da variação cambial.
Ao fim de março, a dívida líquida da Eneva alcançava R$ 17,449 bilhões, alta de 2,3% frente o reportado um ano antes. Já a relação de dívida líquida/Ebitda recuou a 4,1 vezes, ante as 4,6 vezes de março de 2023. A empresa destacou que já no segundo trimestre anunciou a 10ª emissão de debêntures simples, no valor de R$ 2,5 bilhões, emissão que permitirá o pré-pagamento de dívidas mais antigas e mais caras em montante similar, favorecendo o alongamento de prazo médio e redução do custo da dívida consolidada.