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ENTREVISTA: Taurus se tornou maior vendedora de armas curtas no mundo, diz CEO

Publicado 16.03.2022, 19:34
Atualizado 17.03.2022, 11:04

Por Ana Beatriz Bartolo

Investing.com - A redefinição do plano estratégico da Taurus (SA:TASA4) nos últimos trimestres está apresentando frutos generosos para os seus acionistas. Essa é a avaliação de Salesio Nuhs, CEO global da empresa. O modelo consiste em apostar em produtos diferenciados com custos reduzidos e levou a fabricante de armas no quarto trimestre de 2021 ao patamar de uma companhia de crescimento e boa pagadora de dividendos.

Em 2021, a Taurus teve uma receita líquida de R$ 2,7 bilhões, alta de 47,4% em relação a 2020, e um lucro bruto de R$ 1,3 bilhão, avanço anual de 67,3%, com uma margem de 48,1%. O Ebitda também chegou a um nível histórico de R$ 1 bilhão, 111,4% acima do registrado um ano antes.

Com esses números, a empresa pretende propor na próxima Assembleia Geral o pagamento de R$ 194,3 milhões em dividendos, o que seria equivalente a R$ 1,65 por ação.

Nuhs explica que o 4T21 consolida a Taurus como a maior vendedora de armas curtas no mundo, um objetivo que ele estava buscando desde 2020. Ano passado, 2,3 milhões de armas foram vendidas pela empresa. Agora, os investimentos da empresa estão em otimizar a produção e se manter a frente das inovações tecnológicas para manter a posição no mercado.

Confira a entrevista exclusiva que Salesio Nuhs deu ao Investing.com Brasil.

Investing.com - O que explica esse crescimento tão forte no lucro no último trimestre?

Salesio Nuhs - Isso é resultado da forte reestruturação que fizemos na companhia e do nosso planejamento estratégico. Eu acho que 2021 foi um ano que consolidou todas essas mudanças que nós tivemos e nos transformou em uma companhia sólida. Vínhamos falando disso nos últimos três anos. E, neste 4T21, conseguimos atingir três marcos importantes. Primeiro, romper a barreira do R$ 1 bilhão em Ebitda, algo que o mercado não esperava, nem mesmo os analistas mais otimistas. Segundo, atingirmos a primeira posição no mercado mundial de armas leves. Foi um resultado extremamente importante para nós. E o terceiro movimento foi a questão dos dividendos, que nós iremos propor na próxima AGE pagar aproximadamente R$ 1,65 por ação, um valor extremamente significativo.

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Inv.com - Poderia exemplificar quais foram essas mudanças estruturais que aconteceram?

SN - O nosso planejamento estratégico primeiro estava focado na questão da operação, em custos e aumento de produção. Nós fizemos uma reestruturação aqui no Brasil e nos EUA para que a companhia fosse uma forte geradora de caixa, que pudesse entregar um lucro muito fantástico, muito acima da média dos nossos concorrentes e uma margem também muito acima.

Outro ponto importante é a distribuição. Então, nós organizamos a nossa distribuição em primeiro lugar nos Estados Unidos, onde nós trocamos toda a nossa equipe americana, inclusive, com a contratação de um novo vice-presidente de vendas e um novo diretor de marketing, para estarmos à frente da concorrência.

E uma terceira parte da nossa reestruturação é na parte de engenharia e tecnologia. Então, nós criamos aqui um centro integrado de tecnologia e engenharia que nada mais é que a junção dos nossos engenheiros aqui do Brasil com os americanos, em que todos trabalham nas áreas de engenharia de produto, processo e qualidade. Nos Estados Unidos, a função é de captar as tendências de mercado e as exigências dos nossos consumidores americanos para que o centro integrado aqui no Brasil desenvolva esse produto mais atualizado tecnologicamente. Inclusive, automatizando a linha de produção, para que tenhamos o menor custo. Então, lançamos esse produto com maior valor agregado e menor custo.

Inv.com - Como a Taurus vê o aumento no consumo de armas?

SN - O nosso principal mercado é o americano, então grande parte da nossa produção aqui e nos EUA é voltada para lá, algo entre 80% e 85%. A Taurus vem estudando as exigências do mercado para lançar produtos que atendam ao nosso consumidor plenamente, e isso faz com que aumente o consumo da nossa marca. Por outro lado, temos uma estratégia de não desenvolver novos produtos que concorram com a Taurus diretamente, para que a possamos aumentar a participação em outros segmentos e ocupar o espaço dos nossos concorrentes. Então, nos EUA, a aumentamos muito a nossa participação. Se considerarmos o índice NICS (National Instant Background Check System), que mostra a intenção de compra dos americanos, houve uma queda de 12% no interesse em comprar armas de 2020 para 2021. Ainda assim, as nossas vendas no país aumentaram 23,4%. Isso é a maior demonstração de que nós ganhamos espaço no país.

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Inv.com - Mas e no Brasil? A flexibilização da posse de arma de 2019 ajudou a aumentar as vendas por aqui?

SN - A compra e a posse de arma é uma decisão que os brasileiros tomaram em 2005, em referendo popular, quando a população brasileira queria ter direito à legítima defesa e 65% votaram a favor desse direito. Só que isso não foi cumprido durante governos anteriores por conta de ações burocráticas. O governo atual ampliou o acesso aos calibres, o que, em termos de abertura com relação a novos produtos, o direito do cidadão foi realmente colocado em prática. Com essa mudança obviamente o mercado brasileiro aumentou. Agora, ainda assim, é um mercado muito pequeno, que fica entre 8% e 10% da nossa produção.

Inv.com - Uma eventual mudança no governo poderia desfazer esse avanço no mercado brasileiro?

SN - Acho que neste ano vai ter um aumento no mercado do Brasil, por conta dessa expectativa de mudança de governo. O que acontece nos Estados Unidos, por exemplo, com relação aos democratas e aos republicanos, é que sempre que há uma disputa eleitoral, as vendas aumentam. Então pode ser que esse cenário aconteça aqui no Brasil também. Mas para mudar esse direito, seria preciso fazer outro referendo, não seria possível mudar em uma canetada.

Inv.com - Qual a expectativa de crescimento da Taurus para 2022?

SN - Nós não divulgamos esse número, mas sabemos que iremos crescer mais nos EUA. Isso porque tivemos a oportunidade de conversar com a maioria dos nossos clientes americanos e o que os grandes distribuidores falaram foi que a preferência pelos produtos da Taurus vem aumentando muito nos Estados Unidos. E nós não pretendemos substituir a compra de um produto por outro produto. Pelo contrário, nós vamos brigar com os nossos concorrentes em outras faixas de mercado

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Inv.com - Isso entra na estratégia de produtos com maior valor agregado da Taurus?

SN - Sim, a ideia é exatamente essa! A cada produto que desenvolvemos, temos em paralelo a isso um grupo de engenheiros criando um processo para ter um melhor produto por um custo menor. Esse é o ponto de equilíbrio que faz com que mantenhamos as nossas margens brutas altas

Inv.com - Para 2022, a Taurus planeja um investimento de R$ 250 milhões. Há alguma área da companhia que será privilegiada?

SN - Nós temos uma distribuição bastante pulverizada com relação a esses investimentos. Tem R$ 58 milhões em máquinas. Depois, R$ 43 milhões em processos na linha de pistolas, R$ 21 milhões na linha de revólver e R$ 54 milhões na infraestrutura, desde energia elétrica até logística de distribuição. Já em novos produtos, pesquisa e desenvolvimento serão R$ 24 milhões mais ou menos, e outros R$ 3 milhões apenas logísticas. É algo mais ou menos por aí.

Inv.com - Falando no mercado internacional, como está o processo de expansão para a Ásia? Com a joint venture na Índia e as vendas para o exército das Filipinas?

SN - A prioridade nossa é o mercado brasileiro, pela importância, mas, principalmente, por sermos uma empresa brasileira e que privilegia os nossos clientes brasileiros. A segunda prioridade nossa é o mercado americano, porque é lá onde a gente tem uma condição bastante forte e é os americanos que nos consideram a primeira opção quando pensam em comprar uma arma não produzida nos Estados Unidos.

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E, então, a terceira prioridade é o resto do mundo, porque no resto do mundo o mercado civil é muito pequeno. Somos uma empresa vocacionada para o mercado civil, porque o mercado militar e policial é completamente instável e depende de licitações. E, normalmente, quando você participa de licitações, você tem margens menores. Então atuamos naqueles mercados que são estratégicos da companhia, como por exemplo, nas Filipinas. Mas participamos das licitações à medida em que a temos capacidade ociosa, porque, se não, damos preferência para o mercado civil.

Inv.com - Mas a joint venture na Índia é uma forma de aumentar essa capacidade ociosa?

SN - O negócio na Índia é um processo de aquisição, digamos assim, de tecnologia para aquele país por intermédio de empresas privadas. Então, isso faz parte desse projeto do governo que diz que uma empresa privada do país tem que se associar com outra empresa privada de fora da Índia para trazer tecnologia na área de defesa. E isso aconteceu conosco. A fábrica está pronta e, neste momento, os nossos engenheiros estão lá para atualizar a questão de infraestrutura, receber os equipamentos de maquinários para iniciar a produção esse ano ainda. Agora essa presença na Índia vai nos dar oportunidades em relação às licitações na região.

Inv.com - A Nord Research classificou a Taurus como uma das possíveis beneficiadas da guerra na Ucrânia. Como a empresa observa essa questão?

SN - Qualquer ameaça de que se possa faltar armas ou munições no mercado americano, eles correm para comprar mais. Isso já está sendo percebido nos distribuidores nos EUA, já tem um aumento de demanda por conta dessa inclusive falta de produto. As vendas nossas vão ser influenciadas por conta dessa possível falta de mercadoria, como o que também aconteceu durante a pandemia. Então eu acho que teremos um resultado positivo por causa da guerra. Isso sem considerar, evidentemente, as possíveis licitações internacionais por conta do conflito também.

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