SÃO PAULO (Reuters) - A escassez de chips está atrasando o nascente negócio de adquirência do Banco Pan (SA:BPAN4) devido à escassez de chips de computadores usados nos terminais de pagamentos, disse nesta quarta-feira o presidente-executivo da instituição, Carlos Eduardo Guimarães.
"Isso (a escassez de chips) está impactando o ritmo de expansão do nosso negócio de adquirência", disse Guimarães a jornalistas durante teleconferência sobre os resultados do terceiro trimestre.
"Esperamos que no começo do ano que vem esse problema seja resolvido e estamos conversando com novas fontes de ofertas de maquininhas", acrescentou o executivo.
A escassez de chips, provocada por uma confluência de fatores, incluindo problemas de logística catalisados durante a pandemia da Covid-19, tem criado problemas na cadeia de produção de automóveis, mas especialistas alertam que o problema pode se alastrar para as indústrias de eletrônicos e eletrodomésticos.
No caso do terminais de pagamentos, Guimarães disse que o setor todo no país tem sido afetado.
O problema ocorre no momento em que bancos digitais vêm ampliando suas bases desses terminais, os chamados POS, como parte do crescente desafio aos bancos estabelecidos.
O presidente do Banco Pan disse ainda que o grupo, controlado pelo BTG Pactual (SA:BPAC11), está confortável em apostar no ritmo de expansão de sua carteira de crédito, mesmo diante do atual ciclo de aumento do juro no Brasil.
"Cerca de 90% da nossa carteira tem colateral, por causa do foco em consignado, FGTS e financiamento automotivo", disse.
O Banco Pan anunciou mais cedo que teve lucro líquido de 191 milhões de reais entre julho e setembro, aumento de 12% sobre um ano antes, devido em parte à expansão de 31% da carteira expandida, que chegou a 33,26 bilhões de reais.
Às 15:31, a ação do Banco Pan na B3 (SA:B3SA3) tinha queda de 2,8%, enquanto o Ibovespa cedia 0,5%.
(Por Aluísio Alves)