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As incertezas com o rumo do fiscal no próximo governo impedem o Ibovespa de seguir a leve alta da maioria dos índices de ações do exterior, que esperam sinais de moderação nos juros norte-americanos nesta quarta-feira, 23.
Por aqui, mesmo que ocorra a tramitação da PEC da Transição no Senado, esperada para hoje, os ruídos políticos em torno do tema podem continuar e ainda deve-se levar em conta que há pontos no texto da proposta que precisam ser finalizados. Na terça, o índice Bovespa caiu 0,65%, fechando aos 109.036,54 pontos, em meio a dúvidas fiscais e à falta de sinais sobre quem serão os nomes da equipe econômica do novo governo.
"Prosseguem as mesmas incertezas em relação ao quadro de ministros e ao plano econômico do novo governo, além da PEC da Transição, cuja proposta mostra descontrole, estouro fiscal", afirma Leonardo Neves, especialista em renda variável da Blue3.
Além disso, acrescenta Neves, a contestação do PL do resultado das eleições também reforça a cautela, diz. "Gera mais ruído, mais indefinição. Com incerteza política e fiscal, os investidores ficam incomodados, buscando ativos de maior segurança."
O PT negocia um total de R$ 160 bilhões (de R$ 198 bilhões) extrato além de emendas, na tentativa de ver o texto aprovado no Senado. "Mas a redução não deve alterar a visão bastante cautelosa com os rumos fiscais do país - percepção reiterada pela possível retirada definitiva do Bolsa Família dos limites do teto", avalia em nota o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria.
Além disso, pesa na B3 (BVMF:B3SA3) o recuo de mais de 3% nas cotações do petróleo no exterior após a notícia de possibilidade de adoção de teto ao preço do óleo russo. As ações da Petrobras (BVMF:PETR4) reagem em queda. Já as da Vale (BVMF:VALE3) sobem depois de elevação do minério em Cingapura, de 2,8%, dadas as possibilidade de adoção de estímulos na China. Porém, as demais do setor metálico caem, dado que ainda continuam preocupações com a covid-19 por lá.
As bolsas asiáticas fecharam em alta, em meio a esperanças de um aperto monetário mais brando pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). Isso porque espera-se que a ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) de novembro indique moderação no ritmo de elevação dos juros. Porém, há controvérsias. Há quem diga que o documento virá "defasado", porque os dirigentes do Fed podem justificar incertezas sobre uma desaceleração no ritmo de aperto à espera dos próximos indicadores do mercado de trabalho no país, como o relatório payroll que sai na próxima semana.
O documento sai às 16 horas, mas antes sai uma série de dados de atividades americanos que podem ajudar os investidores a balizar suas estimativas para a política monetária dos EUA.
No Brasil, a agenda está vazia. Há apenas a participação do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em evento da BlackRock (NYSE:BLK) Brasil (12h30).
Às 11h22, o Ibovespa cedia 0,49%, aos 108.507,07 pontos, após cair 0,94%, na mínima aos 108.013,07 pontos, e abrir em 109.035,80 pontos.