SÃO PAULO (Reuters) - A Estácio Participações (SA:ESTC3) teve lucro líquido de 124 milhões de reais no quarto trimestre ante resultado positivo um ano antes de 53 milhões de reais, em resultado apoiado em alta de receitas e queda nas despesas.
A empresa teve geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 217 milhões de reais nos três últimos meses de 2016, mais que o dobro do resultado obtido no mesmo período de 2015.
A companhia de educação superior privada, que está se preparando para ser adquirida pela rival maior Kroton (SA:KROT3), teve alta de 8 por cento na receita líquida do período, para 797 milhões de reais.
O aumento da receita veio apesar de quedas nas bases de alunos geradores de receita de ensino a distância (EAD) no quarto trimestre, que recuaram 2,2 (graduação) e 17,5 por cento (pós-graduação) no período. Apesar disso, o valor médio das mensalidades saltou 23,2 e 21,7 por cento, respectivamente.
Em uma entrevista após a divulgação dos resultados, o presidente-executivo da Estácio, Pedro Thompson, afirmou que uma estratégia regionalizada de marketing melhorou as perspectivas para atrair e manter estudantes. A Estácio está voltando as atenções para a qualidade da base de alunos, o que é mais importante que simplesmente aumentar as matrículas, disse.
"Eu quero que os alunos paguem uma certa mensalidade, mantenham-se em dia e não evadam", disse ele. A Estácio tem expectativa positiva em relação à captação de alunos no primeiro semestre do ano, após triplicar a equipe de vendas e renovar sua estratégia de anúncios publicitários.
No ensino presencial, a base de alunos geradora de receita subiu 0,8 por cento no quarto trimestre, segurada pela graduação, que teve avanço de 3,4 por cento, enquanto na pós-graduação houve queda de 27,3 por cento. O chamado tíquete médio de ensino presencial subiu 9,3 por cento, amparado em altas de 7 por cento na graduação e 24,3 por cento na pós-graduação.
As despesas comerciais, gerais e administrativas tiveram queda de cerca de 44 por cento, a 151 milhões de reais.
Do total de alunos de ensino presencial da Estácio ao final de 2016, 329,4 mil, os estudantes vinculados ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) corresponderam a 35,1 por cento da base, uma redução de 7,7 pontos percentuais sobre o mesmo período de 2015, mantendo a estratégia da companhia de reduzir sua dependência do programa federal.
"Os empréstimos via Fies não são mais um fator de crescimento das empresas", disse Thompson, que revisou as práticas de cobrança de mensalidades e ofereceu refinanciamento para estudantes em dificuldades financeiras.
A Estácio encerrou dezembro com 508 mil alunos, crescimento de 2 por cento sobre o fim de 2015.
(Por Alberto Alerigi Jr., com reportagem adicional de Ana Mano)