Petróleo sobe mesmo após encontro Trump-Putin aliviar preocupação com oferta russa
Por Guillermo Parra-Bernal
SÃO PAULO (Reuters) - A Oaktree Capital Management entrou na briga pela aquisição do controle da Renova Energia (SA:RNEW11), com uma proposta que injetaria dinheiro novo e ajudaria a refinanciar parte das dívidas da empresa de energia renovável que vencem neste ano, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento direto do assunto nesta quarta-feira.
As fonte disseram que a Oaktree pagaria 170 milhões de reais pela fatia de 16 por cento da Light (SA:LIGT3) na Renova, além de injetar outros 1,2 bilhão de reais na companhia, diluindo os demais integrantes do bloco de controle.
A proposta também envolve o refinanciamento de empréstimos bancários da Renova que vencem neste ano, liberando garantias, segundo as fontes.
A Oaktree, com sede em Los Angeles, o maior investidor do mundo em empresas em reestruturação, entra na disputa do controle da Renova contra a canadense Brookfield Asset Management.
Na terça-feira, a Renova confirmou reportagem da Reuters de que a Brookfield fez uma oferta não vinculante pelo controle da companhia.
A competição pela Renova mostra que investidores estrangeiros têm visto a indústria de energia renovável brasileira como resistente, mesmo diante da maior crise econômica do país.
A empresa de geração limpa Omega, por exemplo, espera movimentar até 2 bilhões de reais em uma oferta primária e secundária de ações em julho.
Renova e Oaktree não comentaram imediatamente. A Light negou-se a fazer comentários.
As ações da Renova aceleraram ganhos após a publicação da notícia pela Reuters, e subiam 3,6 por cento por volta das 14:45 desta quarta-feira.
Segundo uma das fontes, que falou sob a condição de anonimato, as propostas não vinculantes de Brookfield e Oaktree dão igual tratamento aos acionistas minoritários, que poderão vender suas ações por meio de mecanismo de "tag-along". O "tag-along" será baseado na proporção de ações ordinárias e preferenciais que formam cada Unit da Renova.
A Renova tem passado por enormes dificuldades de caixa nos últimos anos, e chegou a paralisar obras de um parque eólico na Bahia devido à falta de recursos.
A entrada de um novo sócio injetando capital na companhia possibilitaria à Light sair da Renova e reduziria a participação dos demais sócios controladores, Cemig (SA:CMIG4) e RR Participações.
A Cemig e a RR Participações não comentaram.
A transação com a Oaktree poderia reduzir as dívidas de curto prazo da Renova em 6 por cento, além de elevar seu capital em ao menos 13 por cento, dependendo da conclusão das obras do parque eólico Alto Sertão III, disse uma das fontes.
Isso porque a Oaktree poderia ajudar a Renova a refinanciar todas suas dívidas de curto prazo ou rolar um empréstimo com o banco estatal Banco do Brasil (SA:BBAS3), disse a fonte.
As condições de financiamento para a Renova, que foi fundada em 2001, têm piorado significativamente desde o fracasso de uma parceria com a norte-americana SunEdison no final de 2015, após a elétrica estrangeira entrar com pedido de proteção contra credores nos EUA.
A Reuters publicou ainda em abril do ano passado que a Renova buscava um novo sócio para injetar capital na companhia.
((Tradução Redação São Paulo, 55 11 5644 7519)) REUTERS LC RS JRG