EXCLUSIVO-OpenAI fecha acordo de computação em nuvem com Google, apesar de rivalidade em IA, dizem fontes

Publicado 10.06.2025, 15:43
Atualizado 10.06.2025, 15:45
© Reuters. Logo da OpenAIn8/2/2025 REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração/Arquivo

Por Kenrick Cai e Krystal Hu

San Francisco (Reuters) - A OpenAI planeja usar o serviço de nuvem do Google, de propriedade da Alphabet (NASDAQ:GOOGL), para atender às suas necessidades crescentes de capacidade de computação, disseram três fontes à Reuters, uma colaboração surpreendente entre dois grandes concorrentes no setor de inteligência artificial.

O acordo, que vem sendo discutido há alguns meses, foi finalizado em maio, acrescentou uma das fontes.

O negócio é uma vitória para a unidade de computação em nuvem do Google, que passará a fornecer capacidade adicional de computação à infraestrutura existente da OpenAI usada para treinar e executar seus modelos de IA, de acordo com as fontes.

A iniciativa também ocorre em um momento em que o ChatGPT tem representado a maior ameaça em anos ao negócio de busca do Google, com executivos do Google afirmando recentemente que a corrida pela IA pode não ser um cenário de vencedor absoluto.

A OpenAI, o Google e a Microsoft (NASDAQ:MSFT) não quiseram comentar. As ações da Alphabet subiam 2,1% na tarde desta terça-feira após a publicação da notícia. Já os papéis da Microsoft caíam 0,6%.

Em nota nesta terça-feira, analistas do Scotiabank chamaram o acordo de "algo surpreendente", destacando as oportunidades de crescimento para a unidade de nuvem do Google, ao mesmo tempo em que expressaram cautela em relação à concorrência do ChatGPT.

"O acordo (...) ressalta o fato de que as duas empresas estão dispostas a ignorar a forte concorrência entre elas para atender às enormes demandas de computação. Em última análise, vemos isso como uma grande vitória para a unidade de nuvem do Google, mas (...) há preocupações contínuas de que o ChatGPT esteja se tornando uma ameaça cada vez maior ao domínio da busca do Google", escreveram os analistas.

A parceria com o Google é a mais recente de várias manobras feitas pela OpenAI para reduzir sua dependência da Microsoft, cujo serviço de nuvem Azure era, até janeiro, o provedor exclusivo de infraestrutura de data center da OpenAI.

O Google e a OpenAI discutiram por meses um acordo, mas não puderam firmar um negócio antes devido ao vínculo exclusivo da OpenAI com a Microsoft, disse uma fonte à Reuters. A Microsoft e a OpenAI também estão em conversas para revisar os termos de seu investimento multibilionário, incluindo a futura participação acionária que a Microsoft terá na OpenAI.

Para o Google, o acordo chega em um momento em que a big tech está expandindo a disponibilidade externa de suas unidades de processamento de tensor, ou TPUs, historicamente reservadas para uso interno. Isso ajudou o Google a conquistar clientes como as startups Safe Superintelligence e Anthropic, duas rivais da OpenAI criadas por ex-líderes da OpenAI, e a Apple (NASDAQ:AAPL).

A Alphabet também enfrenta pressão do mercado para demonstrar retornos financeiros sobre suas despesas de capital ligadas à IA, que devem atingir US$75 bilhões este ano, enquanto protege seus resultados das ameaças de ofertas concorrentes de IA, bem como da aplicação de leis antitruste.

A DeepMind, unidade de IA do Google, também concorre diretamente com a OpenAI e a Anthropic no desenvolvimento de melhores modelos e na integração desses avanços às aplicações.

A venda de poder de computação reduz o próprio suprimento de chips do Google, ao mesmo tempo em que fortalece rivais com capacidade limitada. O acordo com a OpenAI complicará ainda mais a forma como o presidente-executivo da Alphabet, Sundar Pichai, aloca a capacidade entre os interesses contrastantes dos negócios do Google nos segmentos empresariais e de consumo.

(Reportagem de Kenrick Cai, em San Francisco, e Krystal Hu, em Nova York)

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