Investing.com - Notícias divulgadas recentemente na mídia revelaram que a fabricante de papel e celulose Suzano (NYSE:SUZ) teria feito uma oferta de 15 bilhões de dólares para adquirir a concorrente americana International Paper (NYSE:IP), com sede no Tennessee, configurando o maior negócio já visto no setor.
Apesar de a Suzano não ter confirmado nem desmentido os rumores oficialmente, fontes internas exclusivas consultadas pelo Investing.com indicam que o Conselho de Administração da IP provavelmente recusará uma oferta pelo valor mencionado e vê poucas chances de o negócio prosperar no longo prazo.
A proposta da Suzano de adquirir a IP valorizaria suas ações em 42 dólares cada, um prêmio modesto de 6,5% sobre o preço atual. Segundo fontes anônimas, essa oferta é considerada insuficiente para persuadir o Conselho, especialmente porque as ações da IP estiveram cotadas a 41 dólares há apenas dois meses.
Após uma queda devido a resultados abaixo do esperado no final de abril e relatórios de vendas significativas de ações por insiders, as ações da IP tiveram uma recuperação notável este mês. A chegada do CEO Andrew Silvernail reanimou o mercado, resultando em um aumento de 13% no acumulado do mês.
Além disso, um obstáculo para a negociação entre Suzano e IP é o recente acordo de aquisição da DS Smith (OTC:DITHF) (LON:SMDS), de Londres, por 10 bilhões de dólares, concluído em meados de abril. Se efetivado, esse acordo colocaria a nova empresa fora do alcance financeiro da Suzano, que, por sua vez, supostamente sugere desfazer esse acordo como parte de sua oferta pela IP.
No entanto, desfazer o acordo de abril acarretaria uma multa de 221 milhões de dólares, que teria de ser paga em dinheiro pela própria Suzano.
Acordo está fora do alcance financeiro da Suzano neste momento
Mesmo no melhor cenário possível, a Suzano enfrentaria limitações consideráveis em seu poder de negociação para propor um acordo que pudesse convencer o Conselho da IP.
A dívida da empresa brasileira já representa cerca de 60% de seus passivos totais, com uma taxa real próxima de 6,5% no Brasil. Isso implica uma alavancagem de três vezes sobre o preço atual, que aumentaria para 5,3 vezes se o negócio fosse concretizado a 42 dólares por ação, elevando-se ainda mais à medida que o prêmio por ação da IP aumentasse.
Esses índices financeiros impõem um limite bastante estreito para qualquer elevação no preço da oferta, uma vez que cada dólar a mais no preço das ações da IP pressionaria substancialmente o balanço patrimonial da Suzano. Geralmente, os prêmios pagos aos acionistas em aquisições variam entre 15% e 25%, o que colocaria o preço da IP entre 45 e 49 dólares.
Analistas consultados pela Investing.com apontam que o novo plano do CEO poderia elevar as ações para 50 ou 60 dólares, o que representaria um aumento no valor de mercado da IP superior a 5 bilhões de dólares, tornando-a inacessível para a Suzano.
De fato, temendo um aumento no endividamento caso o negócio não se concretize, mesmo a um preço de 42 dólares por ação, as ações da Suzano caíram 12% após a divulgação da notícia sobre a possível fusão.
Uma alternativa para a Suzano seria incluir ações junto com dinheiro na oferta, considerando que a proposta inicial era de uma aquisição totalmente em dinheiro. Contudo, essa abordagem também enfrentaria limitações significativas, devido ao endividamento da Suzano e à alta volatilidade do mercado de celulose, o que tornaria a oferta menos atraente para o Conselho da IP, especialmente se envolvesse uma grande quantidade de ações.
Analistas do Jefferies também consideram improvável o acordo sob a estrutura atual, destacando que é difícil imaginar a IP vendendo para a Suzano a menos que a oferta fosse substancialmente maior do que a proposta atual, algo que a Suzano parece incapaz de sustentar financeiramente.
Segundo o Itaú BBA, um acordo ainda poderia ser viável, alinhando-se com as recentes declarações da Suzano sobre considerar expansões através de fusões e aquisições no setor de papel na América do Norte e Europa. O banco destaca que a avaliação pós-negociação parece atraente, prevendo um Ebitda combinado de 7 a 7,5 bilhões de dólares e um valor empresarial de aproximadamente 44 bilhões de dólares, considerando uma oferta de 15 bilhões de dólares pelas ações da IP.
Analistas do Jefferies sugerem que o cenário mais provável seria uma discussão sobre a IP vender seu negócio de celulose, ao invés da empresa completa, dado que essa área é o foco principal da Suzano.
O banco também menciona a possibilidade de uma intervenção financeira pela família proprietária da Suzano, o que poderia alterar significativamente o panorama.
Ainda assim, tais cenários continuam sendo especulações, e a probabilidade de um acordo atual é praticamente nula.
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