SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil, o maior exportador de carne de frango do mundo, continuou a aumentar a produção mesmo após a chegada do vírus altamente contagioso da gripe aviária, que não chegou às granjas comerciais, mas foi detectado em território nacional pela primeira vez em maio.
O país, com uma participação de mais de um terço do comércio global de carne de frango, deverá produzir até 14,9 milhões de toneladas desse tipo de proteína em 2023 e até 15,35 milhões de toneladas em 2024, de acordo com projeções divulgadas na terça-feira pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Se as previsões se confirmarem, haveria um crescimento anual de até 3,7% em 2024, após aumento de até 2,6% em 2023 versus o ano passado, segundo a ABPA.
Com o impulso da produção neste ano e a demanda dos importadores, o Brasil deverá deter uma participação de mercado de quase 38% no comércio global de frango em 2023, acima dos cerca de 36% em 2022, disse a ABPA.
Ricardo Santin, presidente da ABPA, elogiou a capacidade do Brasil de proteger suas granjas avícolas comerciais depois que o vírus da gripe aviária matou aves selvagens, mamíferos marinhos e animais de fundo de quintal.
Ele advertiu, no entanto, que os agricultores e as empresas terão de aprender a conviver com a doença, dizendo que "o vírus estará sempre presente".
Uma vez que não registrou a doença em granjas comerciais, o país manteve o status de livre de gripe aviária, ganhando fatia de mercado.
A exportação de carne de frango do Brasil em 2023 foi estimada nesta terça-feira entre 5,05 milhões e 5,15 milhões de toneladas em 2023, patamar recorde, com alta anual de até 6,8%, afirmou a associação, que representa empresas como a BRF (BVMF:BRFS3) e a JBS SA (SA:JBSS3).
Em 2024, a exportação de frango do Brasil está prevista em até 5,30 milhões de toneladas, alta anual de até 3,9%, segundo a ABPA.
SUÍNOS
A ABPA afirmou que a produção de carne suína no quarto maior exportador do mundo crescerá para até 5,1 milhões de toneladas em 2023 e para até 5,15 milhões de toneladas em 2024.
Isso significaria crescimento de até 2,3% neste ano, avançando até 1% em 2024.
A exportação de carne suína do Brasil em 2023 foi estimada em até 1,22 mi t, com aumento anual de até 8,9%, crescendo para até 1,3 milhão de toneladas em 2024, aumento anual de até 6,6%.
(Por Ana Mano)