Ibovespa tem alta modesta com GPA e Eneva em destaque; BB recua
Investing.com – Os principais índices futuros de ações dos Estados Unidos recuavam levemente na manhã desta segunda-feira, devolvendo parte dos ganhos registrados na última sexta-feira, quando os mercados reagiram positivamente ao tom mais brando adotado por Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, que sinalizou a possibilidade de cortes nas taxas de juros no curto prazo.
A divulgação dos resultados trimestrais da Nvidia Corporation (NASDAQ:NVDA), marcada para quarta-feira, é o principal evento da semana. A companhia é vista como referência para medir a força do setor de inteligência artificial, que segue em rápida expansão.
No Brasil, os investidores devem repercutir os dados sobre confiança dos consumidores em agosto e a projeções do mercado para os principais indicadores da nossa economia no boletim Focus.
1. Futuros caem em Nova York
Os contratos futuros das bolsas nos EUA iniciaram a semana em queda, após a forte alta do último pregão, gerada por expectativas de queda da taxa de juros em setembro no país.
Às 7 h de Brasília, os futuros do S&P 500 recuavam 0,24%, aos 6.451,25 pontos, enquanto os contratos do Nasdaq 100 perdiam 0,32%, cotados a 23.424 pontos. Os futuros do Dow Jones cediam 0,22%, negociados a 45.532 pontos.
2. Sinais de corte nos juros nos EUA impulsionam bolsas
Em sua fala no simpósio de Jackson Hole, na última sexta-feira, Powell indicou que o Fed pode vir a reduzir os juros em setembro, diante do aumento dos riscos para o mercado de trabalho. Apesar disso, alertou que a decisão ainda não está tomada, especialmente por conta das incertezas persistentes em torno da trajetória da inflação.
Dirigentes do Fed têm reiterado preocupações quanto ao impacto inflacionário das tarifas comerciais implementadas pelo presidente Donald Trump.
Ainda assim, as declarações de Powell foram interpretadas como menos rígidas em comparação com os comunicados anteriores da autoridade monetária, o que levou os investidores a elevar as apostas em cortes na taxa básica. Os índices acionários reagiram com força, recuperando o terreno perdido ao longo da semana anterior.
O S&P 500 subiu 1,5% e encerrou aos 6.466,91 pontos. O Nasdaq Composite avançou 1,9%, alcançando 21.496 pontos, enquanto o Dow Jones Industrial Average registrou alta de 1,9%, renovando máxima histórica ao fechar em 45.631,74 pontos. Já o US Small Cap 2000 disparou 3,9% após o discurso.
Segundo avaliação da estrategista Lori Calvasina, do RBC, “as small caps correm o risco de apresentar apenas uma valorização pontual novamente, principalmente se os temores macroeconômicos que abriram espaço para o corte se confirmarem nos dados futuros”.
Atualmente, os mercados precificam aproximadamente 89% de chance de um corte de 25 pontos-base em setembro, com probabilidade de 49% para um segundo ajuste, de igual magnitude, em dezembro.
3. Nvidia em destaque: mercado busca novos sinais do setor de IA
Os resultados do segundo trimestre da Nvidia, a serem divulgados na quarta-feira, concentram a atenção dos investidores. A empresa é considerada um dos principais termômetros do ciclo de investimentos em inteligência artificial e deve apresentar mais um balanço robusto.
Além dos números consolidados, os mercados estarão atentos ao desempenho da companhia na China, que provavelmente foi afetado pelas recentes restrições temporárias de exportação impostas pelos Estados Unidos, somadas ao maior escrutínio por parte das autoridades chinesas sobre chips de IA. A empresa teria interrompido a produção do chip H20, desenvolvido especificamente para o mercado chinês, na semana passada.
A divulgação ocorre após uma correção nos papéis do setor de tecnologia, em meio a dúvidas crescentes sobre a sustentabilidade das margens e dos lucros na cadeia da inteligência artificial nos próximos trimestres.
Além da Nvidia, outras companhias de grande porte também divulgarão seus balanços ao longo da semana, incluindo Dell Technologies Inc (NYSE:DELL), Dick’s Sporting Goods Inc (NYSE:DKS), Best Buy Co Inc (NYSE:BBY), Dollar General Corporation (NYSE:DG) e Abercrombie & Fitch Company (NYSE:ANF).
No campo macroeconômico, os investidores aguardam a segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA referente ao segundo trimestre, após os dados preliminares de julho indicarem expansão sólida da atividade.
4. Petróleo sobe em meio a incertezas geopolíticas
Os preços do petróleo iniciaram a semana em alta, sustentados pela redução das expectativas de um cessar-fogo imediato entre Rússia e Ucrânia, pelas novas tarifas comerciais dos EUA contra a Índia (o que mantém a perspectiva de demanda para o petróleo russo) e pelos sinais do Federal Reserve indicando a possibilidade de corte de juros em setembro.
Às 7h30 de Brasília, os contratos futuros do Brent para outubro avançavam 0,54%, cotados a US$ 67,58 por barril, enquanto o WTI registrava alta de 0,61% US$ 64,06 por barril.
Investidores acompanham de perto os desdobramentos geopolíticos e as decisões de política monetária, que seguem influenciando as projeções para a oferta e a demanda global da commodity.
5. Confiança do consumidor e projeções econômicas no Brasil
No calendário econômico local, os investidores ficarão atentos ao índice de confiança dos consumidores de agosto, medido pela Fundação Getulio Vargas, que recuou 0,5 ponto, para 86,2 neste mês, refletindo um ambiente de cautela entre os brasileiros.
Segundo o relatório da FGV, o Índice de Expectativas caiu 1,3 ponto, puxado pela terceira retração consecutiva na avaliação sobre a economia futura e pela piora na projeção da situação financeira das famílias, que atingiu o menor nível desde setembro de 2021.
Ainda hoje, os investidores terão mais dados para avaliar o estado da economia brasileira, com a divulgação das projeções para importantes indicadores de atividade no boletim Focus, pesquisa semanal do banco central com economistas do mercado.