Fique por dentro das principais notícias do mercado desta sexta-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 10.10.2025, 08:12
© Reuters.

Investing.com – Os índices futuros das bolsas norte-americanas registravam leve alta nesta sexta-feira, com os investidores à espera da pesquisa de confiança do consumidor da Universidade de Michigan e atentos aos impactos da paralisação do governo dos EUA sobre os próximos dados econômicos.

Enquanto o Fed busca sinais para orientar novos cortes de juros, os balanços corporativos movimentam Wall Street: as ações da Applied Digital saltavam mais de 22% após receita acima das projeções, e a Levi Strauss elevou suas metas anuais, mas recuava mais de 6% no pré-mercado.

No Brasil, os investidores avaliam novos dados de inflação, com a divulgação do índice de preços ao produtor.

1. Futuros sobem em Wall Street

Os índices futuros de ações dos Estados Unidos operavam com viés positivo, mas próximos à estabilidade, nesta sexta-feira, com os investidores à espera da pesquisa mensal de confiança do consumidor e avaliando a continuidade do entusiasmo em torno da inteligência artificial (IA).

Por volta das 7 h de Brasília, os contratos futuros do Dow Jones avançavam 24 pontos, ou 0,1%, enquanto os futuros do S&P 500 e do Nasdaq 100 mostravam pouca variação.

Na véspera, os principais índices de Wall Street recuaram diante da combinação entre o impasse orçamentário do governo norte-americano e a euforia persistente com o setor de IA. Alguns analistas alertam para a natureza especulativa das recentes fusões e aquisições no segmento, mas o receio de perder novas oportunidades tem mantido o apetite comprador no mercado.

2. Pesquisa da Universidade de Michigan no radar

A agenda econômica segue esvaziada, já que a paralisação parcial do governo federal atrasou a divulgação de indicadores oficiais relevantes.

Caso o impasse em Washington — que já ultrapassa uma semana — não seja resolvido, mais estatísticas poderão ser adiadas, incluindo o relatório de inflação da próxima semana. Fontes de imprensa indicam que o Bureau of Labor Statistics planeja recontratar temporariamente servidores afastados para concluir o levantamento, embora a data exata de publicação ainda seja incerta.

A escassez de dados atualizados sobre preços e emprego dificulta a leitura do Federal Reserve sobre os próximos passos da política monetária. O banco central reduziu os juros em 25 pontos-base no mês passado e sinalizou novos cortes ao longo de 2025, mas sem informações recentes, o calendário e a intensidade dessas medidas permanecem indefinidos.

Diante disso, dirigentes têm recorrido a indicadores alternativos, como a pesquisa da Universidade de Michigan sobre expectativas de inflação e confiança do consumidor, que será divulgada ainda hoje.

3. Balanços em Wall Street

As ações da Applied Digital subiam mais de 22% no pré-mercado após a companhia de serviços de data centers divulgar receita trimestral acima das projeções.

A demanda por infraestrutura de processamento de dados vem crescendo de forma acelerada à medida que empresas buscam ampliar sua capacidade de computação voltada a soluções de IA.

Em agosto, a Applied Digital firmou contrato de arrendamento com o grupo CoreWeave, especializado em aplicações de inteligência artificial, e analistas estimam que novos acordos sejam fechados até o fim de 2025.

No trimestre encerrado em 31 de agosto, a receita avançou 84%, para US$ 64,2 milhões, superando a estimativa de US$ 50 milhões, segundo dados da LSEG citados pela Reuters. O prejuízo por ação foi de US$ 0,03, menor que o projetado por analistas.

Já a Levi Strauss & Co revisou para cima suas estimativas de receita e lucro anual após divulgar resultados robustos, impulsionados pela demanda consistente por jeans e pelo crescimento das vendas diretas ao consumidor.

A fabricante de roupas reportou lucro de US$ 0,34 por ação no terceiro trimestre, acima da média das previsões de US$ 0,30. A receita aumentou para US$ 1,54 bilhão, ante US$ 1,50 bilhão no mesmo período de 2024.

A empresa agora espera lucro ajustado entre US$ 1,27 e US$ 1,32 por ação em 2025, frente à faixa anterior de US$ 1,25 a US$ 1,30. A projeção de crescimento da receita líquida passou de 1%–2% para cerca de 3%, e a de crescimento orgânico foi revista de 4,5%–5,5% para aproximadamente 6%.

Apesar dos números positivos, os papéis da companhia caíam mais de 6% no pré-mercado. Segundo a Vital Knowledge, embora a Levi “mantenha uma execução operacional sólida em um ambiente macroeconômico desafiador”, as expectativas elevadas antes do balanço podem ter contribuído para a reação negativa imediata.

4. Ouro se recupera e petróleo cai

O ouro voltou a subir em meio a negociações voláteis, depois de ter sido pressionado por uma rodada de realização de lucros motivada pela melhora no apetite por risco, com o cessar-fogo entre Israel e Hamas.

O acordo, mediado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, foi aprovado pelo governo israelense e abre caminho para o fim do conflito de dois anos em Gaza. A diminuição das tensões geopolíticas reduz a demanda por ativos de proteção, como o metal precioso.

O fortalecimento do dólar também pesou sobre o conjunto das commodities metálicas. A moeda americana ganhou força na semana diante das incertezas sobre o rumo dos juros nos EUA e da desvalorização do iene e do euro.

O ouro à vista avançava 0,5%, a US$ 3.996,51 por onça, enquanto os contratos futuros para dezembro subiam 1,0%, a US$ 4.010,57 por onça às 06h27 (horário de Nova York). Os preços spot superaram a marca de US$ 4.000 pela primeira vez na história nesta semana.

Já os preços do petróleo voltavam a cair, prolongando as baixas da véspera, após o cessar-fogo entre Israel e Hamas reduzir o componente de risco geopolítico nas cotações.

O contrato do Brent recuava 1,2%, a US$ 64,43 por barril, enquanto o WTI cedia 1,2%, a US$ 60,76 por barril às 06h28 (horário de Nova York).

5. Inflação ao produtor no Brasil

No Brasil, os investidores terão novos dados de inflação para avaliar o nível de aquecimento da economia e os rumos da política monetária, com a divulgação do Índice de Preços ao Produtor (IPP) referente a agosto, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No último relatório, referente a julho, o indicador registrou deflação de 0,3%, sexta queda mensal consecutiva, refletindo principalmente a redução de 1,33% nos preços do setor de alimentos. Em 12 meses, no entanto, o índice acumulou alta de 1,36% até o último relatório.

Ontem, a inflação oficial ao consumidor medida pelo IPCA mostrou uma alta de 0,48% em setembro, após deflação de 0,11% em agosto, acumulando um avanço de 5,17% em 12 meses, acima do teto da meta perseguida pelo banco central.

Ainda assim, o resultado veio abaixo das projeções do mercado, que apontavam variação entre 0,50% e 0,55%.

O Banco Central, que manteve a Selic em 15% ao ano em sua última reunião de política monetária, prevendo que a inflação retorne ao intervalo da meta no primeiro trimestre de 2026 e chegue a 4% em março.

Analistas estimam que o índice encerre 2025 em 4,8%, com a taxa básica permanecendo no atual patamar.

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