Por Ana Julia Mezzadri
Investing.com - Seguindo sua estratégia de diversificação geográfica, a Fleury (SA:FLRY3) entrou no Espírito Santo por meio das aquisições de Laboratório Pretti e Laboratório Bioclínico, anunciadas na noite de terça-feira (1).
De maneira geral, o movimento foi visto como positivo pelo mercado: “Embora pequena, vemos a transação como positiva, pois expande o alcance nacional do Fleury por um preço razoável”, afirma a XP Investimentos em relatório.
Depois do anúncio das aquisições, a ação da empresa recebeu recomendação Neutra do BTG e da XP, que fixou seu preço-alvo em R$ 29. O Safra, por sua vez, recomenda Compra para o papel, seu top pick no setor de saúde, com preço-alvo de R$ 38.
A ação, porém, caía na tarde desta quarta-feira, sendo negociada a R$ 26,43 às 15h27, em queda de 1,27%. O Ibovespa seguia na direção contrária, subindo 0,97%, aos 129.513 pontos.
LEIA TAMBÉM: Dasa adquire operadora do Hospital da Bahia, ação sobe
As duas aquisições, que juntas custaram R$ 515 milhões, devem somar R$ 96 milhões à receita bruta da companhia, de acordo com o BTG (SA:BPAC11), além de trazerem 40 laboratórios.
A expectativa da XP é que os ganhos de sinergia diluam os múltiplos implícitos, especialmente considerando o provável aumento dos serviços oferecidos nos laboratórios do Pretti e do Bioclínico. Nesse sentido, o Safra destaca o potencial de ganhos com a introdução de exames de imagem.
Apesar da reação majoritariamente positiva dos analistas, o BTG alerta que, com mais de R$ 1 bilhão investido em aquisições nos últimos cinco anos, a companhia corre o risco de, gradualmente, diluir a importância de sua marca mais lucrativa, a Fleury, e, consequentemente, enfrentar dificuldades em manter sua lucratividade.
Para além da aquisição, o Safra também aponta riscos para a performance da companhia, como: continuação dos bloqueios para combate à Covid-19; perda de marek tshare das grandes empresas de seguros de saúde, principais clientes da Fleury, para players de baixo custo; e o investimento em iniciativas como genômica, clínica diurna e infusão de medicamentos, que representam menos de 5% a 10% da receita nos próximos dois a três anos.