Por Luciano Costa
SÃO PAULO (Reuters) - O fundo soberano de Cingapura (GIC) está interessado no leilão de privatização da elétrica paulista Cesp (SA:CESP6), agendado pelo governo de São Paulo para 2 de outubro, assim como a gestora de recursos Squadra Investimentos, disse à Reuters nesta quarta-feira uma fonte com conhecimento das conversas.
O negócio envolveria pelo menos 3 bilhões de reais, incluindo pagamentos à União, pela prorrogação da concessão da principal hidrelétrica da geradora, e ao Estado de São Paulo, pela participação que o governo paulista tem na companhia.
Executivos do GIC no Brasil chegaram a participar de uma reunião na Cesp para ter mais informações sobre a companhia e o processo de desestatização, em uma comitiva que contou ainda com representante do banco de investimentos Itaú BBA, ainda de acordo com a fonte, que falou sob a condição de anonimato por não ter autorização para conversar com jornalistas.
A Squadra Investimentos também participou de encontro sobre a Cesp, acompanhada de um representante da VLB Engenharia, empresa de engenharia de projetos e consultoria com experiência no setor de energia hidrelétrica, disse a fonte.
O presidente da Cesp, Almir Martins, disse na semana passada que a estatal tem atraído interesse de investidores e que reuniões técnicas com algumas empresas chegaram a ser realizadas.
Procurados, GIC, Squadra Investimentos, Itaú BBA e VLB Engenharia não responderam de imediato a pedidos de comentário.
A Cesp disse em nota que não pode comentar assuntos relacionados à privatização. O governo paulista não respondeu.
O Pátria Investimentos, empresa de gestão de recursos com participação da Blackstone, que também avalia a Cesp, também chegou a realizar visita na companhia, disse a fonte.
A Reuters publicou sobre o interesse do Pátria na semana passada, com informação de uma outra fonte.
Além dessas empresas, a francesa Engie também estuda disputar o leilão da Cesp, mas ainda sem uma decisão, conforme declarações públicas de executivos da companhia.
A Cesp opera 1,65 gigawatt em hidrelétricas em São Paulo, e a maior parte da capacidade é da usina Porto Primavera.
O governo federal vai cobrar um bônus de outorga de 1,37 bilhão de reais no leilão de privatização da Cesp, em troca de uma já acertada renovação por 30 anos da concessão de Porto Primavera.
Em paralelo, o governo paulista definiu um preço mínimo de 14,30 reais por papel para suas ações na Cesp, ou cerca de 1,66 bilhão de reais por toda a fatia estatal na companhia.
(Por Luciano Costa)