BRASÍLIA (Reuters) - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começou a julgar nesta quinta-feira ações que pedem a cassação do senador Sergio Moro (União-PR) sob a acusação de supostamente ter se beneficiado de atos de sua frustrada pré-campanha a presidente da República em 2022, que podem ter desequilibrado posteriormente sua disputa a uma cadeira no Senado.
O TSE julgará recursos apresentados tanto pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, como da federação partidária encabeçada pelo PT, legenda do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As ações foram rejeitadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), mas as legendas recorreram ao TSE.
Moro é acusado de abuso de poder econômico, arrecadação ilícita e uso indevido dos meios de comunicação naquela eleição. Se condenado, ele pode perder o cargo e ficar inelegível por oito anos.
O caso também pode fixar parâmetros sobre o que é permitido ou não fazer no período de pré-campanha.
A expectativa é que na sessão desta quinta do TSE ocorram as sustentações orais dos envolvidos e o início dos votos dos ministros. Se não for possível concluir o julgamento, ele será retomado na próxima terça-feira.
Antes de ingressar na política, Moro foi o principal juiz da Operação Lava Jato e condenou Lula em ação que levou o petista à prisão por 580 dias -- condenação que posteriormente foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
(Por Ricardo Brito)