Investing.com – Com variação cambial e itens não recorrentes, a Gol (BVMF:GOLL4) relatou prejuízo trimestral ajustado de R$1,05 bilhão, revertendo lucro de R$416 milhões apurado um ano antes. O mercado reagiu mal ao balanço, com queda nas ações de 3,48% às 15h11 (de Brasília), a R$1,11. No entanto, analistas da Genial e do BTG (BVMF:BPAC11) enxergam potencial para desvalorização adicional até o patamar de R$1.
O prejuízo e diminuição na receita impactaram o balanço de um trimestre desafiador, que veio abaixo do esperado, de acordo com a Genial Investimentos, que possui indicação de venda da ação. O lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) teria sido impactado pela maior pressão nos preços das passagens e gastos não recorrentes.
“Adicionalmente, a companhia divulgou avanços em seu processo de reestruturação, com a extensão do período de exclusividade para negociar com credores até outubro de 2024 e o fechamento de um acordo crucial com a AerCap para renegociação dos arrendamentos, essencial para ajustar suas obrigações financeiras”, destacou o analista Ygor Bastos. A Genial indica a venda da ação da Gol, com preço-alvo de R$1.
O BTG considerou os dados trimestrais como sem brilho, em linha com o esperado, diante da fraca sazonalidade e efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul. “A Gol estima que o fechamento do Aeroporto Internacional Salgado Filho (POA) foi responsável por perdas de receita no valor em torno de R$120 milhões. Excluindo este impacto, o valor líquido da receita do trimestre caiu apenas 2,1% ao ano”, detalharam os analistas Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Marcelo Arazi.
Além disso, os analistas disseram que os dados foram afetados por R$ 336 milhões em impactos não recorrentes relacionados ao seu processo do Chapter 11. “A empresa forneceu algumas atualizações em seu Chapter 11, mencionando que começou a assinar aditivos contratuais com os arrendadores em junho, o que envolveu, entre outras coisas, mudanças nos fluxos de pagamento de arrendamento, arrendamentos suplementares e trocas de motores”, apontaram os analistas, que seguem com indicação de venda, com preço-alvo de R$1.