BRASÍLIA (Reuters) - A conclusão do asfaltamento da BR-163, no Pará, deverá ocorrer em 2016, disse nesta terça-feira o ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, indicando novo adiamento da conclusão das obras do importante corredor de escoamento de produtos agrícolas pelo Norte do país.
O asfaltamento total da rodovia é uma promessa antiga, e a data de sua conclusão vem sendo sucessivamente postergada.
A BR-163, no trecho entre Cuiabá (MT) até Santarém (PA), foi inaugurada na década de 1970, mas não chegou a ser asfaltada. O trabalho de pavimentação está em andamento há cerca de seis anos.
Em fevereiro de 2014, a presidente Dilma Rousseff chegou a dizer que a obra estaria pronta até meados de 2015.
"Até o final de 2016 teremos a estrada BR-163 finalizada", disse Rodrigues, durante o anúncio de um plano com medidas de diversos ministérios para agilizar o escoamento da safra de grãos 2014/15, que deverá atingir um recorde de mais de 200 milhões de toneladas.
O ministro acrescentou que ainda existem 136 quilômetros não pavimentados na BR-163.
A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, afirmou que as obras não avançaram por falta de licenciamento ambiental.
Enquanto a rodovia não é finalizada, medidas paliativas estão previstas.
Entre as ações planejadas pelo governo para a safra 2014/15, está a colocação de cascalho para amenizar os atoleiros na BR-163 e em outras rodovias não pavimentadas do país.
A BR-163 é uma peça fundamental da nova rota de escoamento de grãos ligando o Mato Grosso --maior produtor do país-- às hidrovias e portos na região Norte.
Em maio do ano passado, a multinacional Bunge inaugurou a rota, que inclui um terminal fluvial no município de Itaituba (PA), às margens da BR-163, onde os grãos são transferidos para barcaças que seguem pelos rios Tapajós e Amazonas até um porto exportador em Barcarena (PA).
A primeira a se aventurar no eixo rodoviário foi a norte-americana Cargill (CARG.UL), que em 2003 instalou um terminal para navios em Santarém (PA), exatamente na ponta final da BR-163, atenta à promessa do governo federal de concluir rapidamente o asfaltamento da rodovia.
Além do uso de cascalho em rodovias não asfaltadas, o plano do governo federal inclui medidas para evitar filas na chegada ao porto de Santos, o principal do país.
O agendamento para a chegada de cargas, que já estava em vigor ao longo de 2014, passará a ser automatizado, disse o Ministério dos Transportes. Também deverá haver ampliação na capacidade de pátios de triagem e estacionamento dos caminhões.
(Por Nestor Rabello) OLBRBUS Reuters Brazil Online Report Business News 20150113T153858+0000 20150113T171107+0000