Por Gabriela Mello
SÃO PAULO (Reuters) - O Grupo Pão de Açúcar (GPA (SA:PCAR4)) firmou nesta segunda-feira um acordo para compra da startup brasileira de encomenda e entrega de produtos James Delivery por valor não revelado, como parte dos esforços para avançar no canal online de varejo alimentar.
"Entendemos que dentro do processo de transformação digital pelo qual passamos talvez essa seja a decisão mais importante que a companhia tomou... Trazer para dentro do grupo um parceiro como a James vai fazer com que ganhemos alguns anos na implementação da estratégia", afirmou a jornalistas o diretor presidente do GPA, Peter Estermann.
Com 18 funcionários e uma base de 700 entregadores ativos, o James Delivery atualmente opera apenas em Curitiba e Balneário do Camboriú (SC), mas a meta do GPA é expandir o serviço para todas as regiões em que o grupo varejista tem operação relevante até o fim de 2019, segundo o executivo.
"Nosso piloto vai ser em Curitiba, queremos ser rápidos para virmos para São Paulo e outras cidades do Brasil no próximo ano", afirmou Estermann. De acordo com ele, a partir de terça-feira já começam os trabalhos para integrar as quatro lojas Pão de Açúcar e duas Extra na capital paranaense ao James Delivery.
Por enquanto, o GPA será o único supermercadista dentro do aplicativo, mas os 500 contratos já assinados pelo James Delivery com parceiros de outros segmentos, incluindo o McDonald's, serão mantidos, disse Lucas Ceschin, cofundador e presidente da startup.
Estermann ressaltou que a aquisição da startup complementa outras iniciativas do grupo varejista controlado pelo francês Casino, com vistas de desenvolver um marketplace de varejo alimentar no Brasil.
"Vamos começar em 2019 a pensar numa plataforma para prestação de serviços digitais para outros varejistas (marketplace) que integre todo o varejo", comentou o diretor presidente do GPA, sem entrar em detalhes.
A aquisição do James Delivery ocorre um ano e meio após GPA ter firmado acordo de exclusividade com o aplicativo de serviço de compras e entregas de produtos Rappi para operar dentro do regime conhecido como "última milha", em que entregas são feitas dentro de poucas horas.
Algumas cláusulas do contrato assinado em julho de 2017 foram renegociadas e, de acordo com Estermann, a parceria com a Rappi tende a diminuir ao longo do tempo.
"Não existirá mais contrato da forma que existia nesse ano. Entendemos que esse negócio é tão fundamental para companhia que não dava para ser desenvolvido por meio de parceria", explicou o executivo. "Queremos transformar o James no aplicativo do GPA e vamos ser melhores que a Rappi nos próximos três anos", adicionou.
Procurados, representantes da Rappi não puderam comentar o assunto de imediato.