SÃO PAULO (Reuters) - A greve de funcionários nas fábricas da Renault (EPA:RENA) em São José dos Pinhais, no Paraná, completou nesta terça-feira 15 dias corridos sem avanço nas negociações, com um saldo de mais de 7 mil carros que deixaram de ser produzidos na unidade.
Entre as pautas levantadas pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba está uma Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de no mínimo 30 mil reais, para um volume de produção de 201 mil veículos. A proposta mais recente da Renault é de um PLR de 25 mil reais, valor que a montadora diz ser o maior do país entre fabricantes de veículos de passeio e comerciais leves.
O movimento no Complexo Ayrton Senna -- como é chamada a unidade --, em vigor desde 7 de maio, paralisou a produção de 7.200 carros até a segunda-feira, entre comerciais leves e automóveis, de acordo com a Renault.
Na sexta-feira, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-PR) determinou multa de 100 mil reais por dia de greve ao sindicato.
Os metalúrgicos cobram ainda a contratação de mais trabalhadores para melhorar as condições de trabalho na linha de produção, que eles dizem ser marcada por ritmo intenso e falta de empregados.
A fábrica da Renault no Paraná possui aproximadamente 5 mil trabalhadores em dois turnos. Sua produção diária é de cerca de 800 veículos, sendo que a capacidade máxima é para produzir cerca de 1.380 veículos/dia, segundo o sindicato.
Os cerca de 600 trabalhadores da Horse, que produz os motores da Renault, também estão em greve. A unidade fabrica aproximadamente 900 motores por dia, afirmou a entidade.
(Reportagem de Patricia Vilas Boas)