Por John Revill
ZURIQUE (Reuters) - A Fundação Ethos, que representa alguns ex-acionistas do Credit Suisse (SIX:CSGN), afirmou nesta terça-feira que estava endossando uma ação coletiva buscando um preço melhor do UBS para a aquisição de seu rival.
O grupo, que representa um fundo de pensão suíço que detinha mais de 3% do Credit Suisse, "decidiu apoiar a start-up LegalPass, com sede em Lausanne, em sua ação judicial contra a relação de troca estabelecida no contexto da aquisição do Credit Suisse pelo UBS", afirmou em comunicado.
Sob o acordo, selado no mês passado, os acionistas do Credit Suisse receberam uma oferta de uma ação do UBS por 22,48 ações do Credit Suisse, avaliando o Credit Suisse em 3 bilhões de francos suíços.
Apenas 48 horas antes do acordo ser fechado, o Credit Suisse valia 7 bilhões de francos, disse a Ethos.
"A relação de troca... realmente não era do interesse dos acionistas do Credit Suisse e há espaço para melhorá-la", disse o presidente-executivo da Ethos, Vincent Kaufmann.
Se for bem-sucedido, todos os acionistas do Credit Suisse se beneficiarão da nova relação de troca, afirmou.
O caso é a mais recente batalha legal motivada pela aquisição de emergência, com detentores de títulos " Additional Tier 1" do Credit Suisse - que foram todos reduzidos a zero - também reivindicando compensações.
Um grupo de detentores de títulos do Credit Suisse AT1 também entrou com uma ação coletiva acusando ex-executivos do banco suíço, incluindo três ex-CEOs, de serem responsáveis pela derrocada do banco.
COMPENSAÇÃO ADEQUADA
A reivindicação do LegalPass está sob a lei suíça de fusões, que permite uma "verificação da relação de troca" que permite aos acionistas reivindicar "compensação adequada" por suas ações, disse o LegalPass no mês passado.
O objetivo é permitir que os acionistas obtenham uma compensação em dinheiro correspondente à diferença de valor entre o preço da ação determinado no contrato de fusão e o preço determinado pelo tribunal.
A Ethos já havia levantado preocupações sobre como a aquisição do Credit Suisse pelo UBS foi realizada, particularmente que o negócio foi forçado sem consultar os acionistas.
"Como a Finma (reguladora financeira suíça) decidiu retirar os direitos de voto dos acionistas, a única maneira de contestar a relação de troca é ir ao tribunal, como a LegalPass pretende fazer", acrescentou Kaufmann.
O UBS se recusou a comentar o caso, que será apresentado a um tribunal em Zurique.
Ao lançar a ação no mês passado, o LegalPass disse que a aquisição do segundo maior banco da Suíça pelo UBS foi um "roubo". "O Credit Suisse foi vendido abaixo do preço de mercado durante negociações secretas e sob pressão do governo, tudo sem que os acionistas tivessem qualquer opinião sobre o assunto", disse Alexandre Osti, advogado da LegalPass.
A LegalPass estabeleceu um prazo de 20 de julho para interessados ingressarem na ação coletiva.