Com sede no Maranhão e exibindo números que o tornam um gigante do varejo nacional, o Grupo Mateus (SA:GMAT3) foi uma das principais aberturas de capital do ano passado e mobilizou todos os grandes nomes da Faria Lima, em operação liderada pela XP. O resultado foi uma das maiores ofertas de ações na Bolsa brasileira: a estreia movimentou R$ 4,6 bilhões e mostrou que a B3 (SA:B3SA3) ainda tem muito o que descobrir Brasil afora.
Agora, quase um ano mais tarde, a companhia fundada em 1986 por Ilson Mateus - que, antes de abrir seu negócio de alimentos chegou a ser garimpeiro em Serra Pelada, no Pará - luta para continuar a ser lembrada pelos investidores e pelos executivos de importantes fundos do País.
Como a maioria das gestoras do Brasil está concentrada na Faria Lima, coração financeiro de São Paulo, e no Leblon, o correspondente no Rio de Janeiro, os gestores não conhecem a operação do Mateus no dia a dia. Ou seja: os tomadores de decisão dos grandes bancos não fazem compras em suas lojas, como ocorre com o Pão de Açúcar (SA:PCAR3) e o Carrefour (SA:CRFB3), por exemplo. Logo, a rede de atacarejos e atacados percebeu que precisaria traçar uma estratégia para seguir viva na memória dos investidores.
Desde que chegou à companhia, neste ano, esse tem sido o trabalho de Marcelo Korber, gerente de relações com investidores do Grupo Mateus. A meta é manter a comunicação em dia, informando, por exemplo, mensalmente detalhes sobre o crescimento da rede - hoje, já são 182 lojas em operação.
"O que temos feito é nos comunicar mais. Aumentamos, por exemplo, o contato com as casas de análise independentes", comenta Korber. Do lado das pessoas físicas, o movimento tem ajudado: já são 72 mil acionistas, um dos maiores números na Bolsa brasileira.
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Korber comenta também que a empresa estuda a realização de viagens com gestores, no jargão do mercado os "non-deals roadshows", como são chamadas as reuniões com investidores sem uma operação atrelada. A ideia é mostrar "in loco" o gigantismo do grupo. O próximo passo, afirma o gerente de RI, é atrair os estrangeiros, que hoje têm pouca representação no capital da empresa.C As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.