SÃO PAULO (Reuters) - A Hapvida (BVMF:HAPV3) não tem fusões e aquisições (M&As) como prioridade, mas chegará ao final de 2024 com um patamar de alavancagem "bastante confortável" para olhar eventuais oportunidades, disse o diretor financeiro da companhia, Luccas Augusto Adib, nesta terça-feira.
"O foco da companhia segue sendo, muito forte, integração, verticalização e espaço no balanço para olhar oportunidades importantes depois desse processo como um todo", afirmou o executivo em teleconferência sobre os resultados.
A companhia divulgou na noite da véspera resultados superiores à expectativa do mercado, com um lucro líquido ajustado de 506,8 milhões de reais no primeiro trimestre, versus expectativa média de lucro de 287,2 milhões de reais, segundo dados da LSEG.
Analistas do Santander (BVMF:SANB11) disseram que os resultados trimestrais da Hapvida vieram fortes e reforçam a visão positiva para 2024, enquanto a equipe do BTG Pactual (BVMF:BPAC11) destacou o maior Ebitda desde a combinação de negócios com a NotreDame (BVMF:GNDI3).
"Com as incertezas crescentes no case de investimentos nos anos recentes, definitivamente recebemos os números melhorados dos últimos trimestres como sinais claros de que a Hapvida está no caminho certo para entregar com sucesso seu 'turnaround'", disseram analistas do BTG.
A Hapvida encerrou março com alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, de 1,13 vez, contra 1,38 vez no final de dezembro passado e 2,32 vezes um ano antes.
O presidente-executivo da Hapvida, Jorge Pinheiro Koren de Lima, disse que a companhia pode fazer um segundo reajuste de preços este ano, retornando à antiga prática de realizar duas revisões anuais em novas vendas.
"Nós fizemos um primeiro reajuste no primeiro trimestre, e é possível que a gente venha a fazer mais um segundo reajuste", disse. "O que a gente espera para este ano é ter reajustes para vendas novas no patamar inferior ao do ano passado."
Ele acrescentou que os canais de varejo estão em trajetória ascendente, com as vendas no varejo no mês de maio apresentando melhor performance do que as em abril, e que o segundo semestre promete "bons frutos" vindos da área comercial.
Às 15h06 (horário de Brasília), as ações da Hapvida subiam 6,45%, a 4,29 reais cada, enquanto o Ibovespa subia 0,13%.
(Reportagem de Patricia Vilas Boas)