Por Toby Sterling e Jacob Gronholt-Pedersen
AMSTERDÃ/COPENHAGUE (Reuters) - As cervejarias Carlsberg e Heineken anunciaram nesta segunda-feira que deixarão a Rússia, juntando-se a um número crescente de empresas ocidentais que estão saindo do país em meio à guerra na Ucrânia.
Para a Carlsberg, a cervejaria ocidental mais exposta à Rússia, a saída resultará em uma "baixa contábil" sem impacto no caixa este ano, disse a empresa sem fornecer mais detalhes.
A Carlsberg detém 27% de participação no mercado russo por meio do controle da maior cervejaria do país, a Baltika.
"Tomamos a decisão difícil e imediata de buscar uma alienação total de nossos negócios na Rússia, o que acreditamos ser a coisa certa a fazer no ambiente atual", afirmou a Carlsberg. "Após a conclusão, não teremos presença na Rússia."
As ações da empresa, que acumulam queda de cerca de 25% desde o início da invasão, eram negociadas em alta de 4,2% nesta segunda-feira, caminhando para o melhor dia desde novembro de 2020.
A Heineken, a terceira maior cervejaria da Rússia, disse mais cedo que pretende fazer uma "transferência ordenada" de seus negócios locais, que respondem por 2% das vendas totais do grupo, reduzindo operações durante um período de transição para minimizar o risco de nacionalização.
A cervejaria holandesa espera registrar despesas relacionadas à saída do país de cerca de 400 milhões de euros (438 milhões de dólares) e disse que garantirá os salários de seus 1.800 funcionários na Rússia até o final do ano. As ações da Heineken operavam perto da estabilidade.
A Carlsberg gerou no ano passado 10% de sua receita total e 6% de seu lucro operacional na Rússia, onde possui oito cervejarias e 8.400 funcionários. A cervejaria assumiu o controle total da Baltika em 2008, mas enfrentou vendas lentas em meio a uma economia atingida por sanções e regulamentações para conter o abuso de álcool.
Os ativos não circulantes da cervejaria dinamarquesa na Rússia somavam 19,2 bilhões de coroas (2,83 bilhões de dólares) no final de 2021, representando cerca de 15% do total ou 44% do patrimônio total, segundo relatório anual da companhia.
A segunda maior cervejaria da Rússia é uma joint-venture entre a turca Anadolu Efes e a belga InBev. A InBev disse mais cedo neste mês que vai parar de vender a marca Bud na Rússia e não recolher lucro da joint-venture, que tem 11 cervejarias e 3.500 funcionários no país.