Ibovespa acompanha queda em Wall Street e retorna aos 116 mil pontos com inflação no radar

Publicado 11.04.2022, 18:01
Atualizado 11.04.2022, 18:40
© Reuters

Por Andre Romani

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa brasileira caiu nesta segunda-feira, fechando nas mínimas do dia, diante de aversão ao risco em Wall Street por conta da alta dos rendimentos de títulos do governo norte-americano e em meio à preocupação com inflação no Brasil e nos Estados Unidos.

B3, Vale e Petrobras estiveram entre as principais pressões negativas ao índice, enquanto Ambev e Braskem subiram.

O Ibovespa recuou 1,16%, a 116.952,85 pontos, no menor fechamento desde 21 de março. O índice marcou a quinta queda em seis sessões. O volume financeiro foi de 21,9 bilhões de reais, o menor em cinco pregões.

"Hoje foi um dia bem neutro de notícias, apesar de negativo no mercado" disse Enrico Cozzolino, sócio e head de análise da Levante. "Há continuidade no movimento visto na última semana, de realização de lucros depois de o Ibovespa alcançar 120 mil pontos", acrescentou.

As ações de tecnologia sofreram impacto da alta dos Treasuries em Wall Street, o que derrubou os principais índices norte-americanos em mais de 1%, sendo que o Nasdaq Composite cedeu 2,2%.

Os títulos de dez anos do governo dos EUA aproximaram-se de uma máxima em três anos, antes do aguardado indicador de inflação do país a ser divulgado na terça-feira. O dado deve ajudar calibrar as apostas sobre os novos passos da política monetária norte-americana. A guerra na Ucrânia também segue no radar do mercado.

No Brasil, o assunto principal também foi a inflação, após o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, classificar a inflação de março do país, divulgada na sexta-feira, como uma "surpresa" e dizer que o BC está aberto a analisar o cenário se houver algo diferente do padrão.

O BC já indicou pretensão de encerrar alta de juros em maio, embora parte dos analistas projete um ciclo mais longo por causa do avanço nos preços.

"Discordo bastante desse cenário de que há 'surpresa'", disse Cozzolino, da Levante. "O discurso está me parecendo forçar uma cenário de uma inflação sob controle, que na verdade não está", afirmou ele.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) e ON recuaram 0,8% e 1,3%, respectivamente, em meio à queda do petróleo Brent abaixo de 99 dólares o barril, com liberação de reservas no mercado e temores por lockdowns na China no radar. PETRORIO ON desvalorizou-se 1% e 3R PETROLEUM ON fechou 0,1% no positivo.

- VALE ON (SA:VALE3) caiu 1,2%, após baixa dos futuros do aço e do minério de ferro na China, com preocupações de que medidas de restrição contra a Covid-19 no país afetem a recuperação econômica. Siderúrgicas perderam.

- BRASKEM PNA (SA:BRKM5) subiu 1,9%, após notícia de que o grupo empresarial J&F tem uma oferta para comprar as participações de controle detidas por Petrobras e pela Novonor, antiga Odebrecht, na petroquímica, segundo O Globo. Através de comunicado da Braskem, Novonor e Petrobras reiteraram posicionamentos anteriores negando evolução material na venda da fatia e qualquer condução de operação da alienação de participação no mercado privado, respectivamente.

- B3 ON (SA:B3SA3) registrou decréscimo de 4,6%. A empresa divulgou nesta manhã dados preliminares que apontam para queda no volume de negociação de ações e derivativos em março na comparação anual.

- AMBEV ON (SA:ABEV3) avançou 1,8%. A empresa realiza encontro com investidores e analistas nos próximos dois dias.

- BRF ON (SA:BRFS3) teve baixa de 7,1%, a maior queda desde 2 de fevereiro, após analistas do Goldman Sachs (NYSE:GS) cortarem a recomendação da ação para "venda", de "neutra". O papel registrou sua terceira sessão no negativo seguida.

- EDP (SA:ENBR3) ENERGIAS DO BRASIL ON aumentou 1,5%, CPFL (SA:CPFE3) ENERGIA ON ganhou 0,1%, assim como ENGIE BRASIL ON (SA:EGIE3). Já ELETROBRAS PN (SA:ELET6) teve queda de 2%. Ação vem tendo desempenho volátil, em meio a notícias recentes sobre o processo de privatização da companhia.

- INFRACOMMERCE ON, que não está no Ibovespa, recuou 8,2%, após cair 8,7% na sexta-feira, à medida que o mercado avaliava um novo programa de incentivo a executivos da companhia, segundo o BTG Pactual (SA:BPAC11).

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