Por Peter Frontini e Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - Ações de bancos e da Petrobras lideraram o avanço do Ibovespa nesta quarta-feira, conduzindo o índice para mais um fechamento recorde e acumulando alta de 30% em 2019.
O Ibovespa subiu 1,51%, a 114.314,65 pontos. O giro financeiro da sessão somou volume recorde de 79,6 bilhões reais, impulsionado pelo vencimento de opções sobre o índice e o índice futuro. O recorde anterior havia sido de 47 bilhões de reais registrado em fevereiro deste ano.
O mercado acompanhou o início do que pode ser o rali da reforma tributária, com o anúncio da instalação de uma comissão mista com deputados e senadores para produzir um texto de consenso sobre o projeto em até 90 dias.
Após encontro com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, o ministro da Economia, Paulo Guedes, fez projeções otimistas, prevendo que o PIB brasileiro crescerá "muito mais" do que 2% em 2020.
O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, afirmou que continuando o ciclo de reformas, o país deverá ter um crescimento mais forte nos próximos anos.
Fábio Galdino, chefe de renda variável da Vero Investimentos, disse que é provável que as agências de classificação de risco elevem a nota no Brasil no ano que vem diante desse cenário, após a S&P elevar a perspectiva para o rating de longo prazo do Brasil na semana passada.
"No contexto de hoje, já percebemos uma melhora no humor do investidor estrangeiro, que vem reduzindo o volume de vendas no mercado. Acho que ainda não veremos uma inversão deste fluxo, mas com certeza vai diminuir", afirmou.
Agentes do mercado também acompanham a votação da Câmara dos Deputados dos EUA para aprovar o impeachment do presidente Donald Trump em resultado das acusações de abuso de poder e obstrução de um inquérito do Congresso.
Apesar da provável aprovação na Câmara, o processo não deve passar no Senado, segundo analistas.
DESTAQUES
- PETROBRAS ON (SA:PETR3) e PETROBRAS PN (SA:PETR4) subiram 2,6% e 2,3%, respectivamente. O BNDES deve definir até semana que vem o banco que ajudará na venda de ações da petrolífera detidas pela instituição por meio da BNDESPar, disse o presidente do banco de fomento, Gustavo Montezano.
- MARFRIG ON (SA:MRFG3) despencou 4,2%, após a empresa precificar em 10 reais sua oferta pública de ações primária e secundária. Na véspera, os papéis da companhia fecharam a 10,70 reais. No setor, JBS ON (SA:JBSS3) ganhou 3,56% e BRF (SA:BRFS3) FOODS subiu 2,1%.
- ELETROBRAS PNB (SA:ELET6) recuou 2,95%, após notícia de que o projeto de lei da privatização da empresa está travado no Congresso devido à resistência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em colocá-lo em votação caso não existam sinais de que a matéria pode ter apoio mínimo no Senado, de acordo com reportagem do jornal Valor econômico.
- ITAÚ UNIBANCO PN avançou 1,28% e BRADESCO PN (SA:BBDC4) subiu 2,8%.
- HYPERA PHARMA ON ganhou 3,8%, liderando as altas da sessão. A farmacêutica anunciou a compra das populares marcas de medicamentos Buscopan da europeia Boehringer Ingelheim, em uma transação que inclui outros ativos e que foi acertada por 1,3 bilhão de reais.
- VIA VAREJO ON avançou 2,5%, seguindo a forte tendência de alta das últimas semanas. No setor varejista, MAGAZINE LUIZA ON (SA:MGLU3) ganhou 1,4%, enquanto B2W (SA:BTOW3) GLOBAL ON desvalorizou-se 0,6%.
- Fora do índice, RANDON PN (SA:RAPT4) avançou 3%, após sua controlada Fras-Le anunciar na véspera a aquisição da Nakata por 457 milhões de reais. FRAS-LE ON (SA:FRAS3) saltou 15,1%.
- NATURA ON (SA:NTCO3) caiu 0,27%, na primeira sessão após a mudança do nome corporativo da empresa, na esteira da reestruturação societária que se sucedeu à aquisição da Avon.