SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa paulista caiu abaixo dos 76 mil pontos nesta quinta-feira, refletindo cautela sobre o andamento de reformas no Congresso, após Câmara dos Deputados rejeitar a denúncia contra o presidente Michel Temer com um placar mais apertado, em dia marcado por resultados corporativos.
O Ibovespa fechou em queda de 1,01 por cento, a 75.896 pontos. O volume financeiro somou 8,46 bilhões de reais.
O índice chegou a subir 0,51 por cento na máxima do dia, chegando aos 77 mil pontos, mas não conseguiu manter fôlego. Este mês, o Ibovespa renovou máximas históricas de fechamento em três pregões, mas todas as vezes ficou abaixo dos 77 mil pontos.
Na noite passada, a Câmara rejeitou a segunda denúncia contra Temer por 251 votos a 233, abaixo da expectativa do governo, que calculava obter entre 260 e 270. Este placar, na visão de alguns agentes de mercado, acende a luz amarela sobre as chances de avanço da agenda de reformas do governo, principalmente a da Previdência.
"Isso deixa um ponto de interrogação porque 250 votos é pouco para reformas. Ainda tem os ausentes e alguns deputados que votaram contra o presidente, mas ainda podem ser favoráveis a reformas, mas o mercado agora quer saber o que vai acontecer", disse o economista da Órama Alexandre Espirito Santo.
DESTAQUES
- AMBEV ON (SA:ABEV3) caiu 0,71 por cento, após a empresa reportar alta de 1,2 por cento no lucro líquido ajustado no terceiro trimestre ante igual período de 2016. O Ebitda ajustado foi de 4,552 bilhões de reais, ante 3,999 bilhões de reais um ano antes. Para o BTG Pactual (SA:BPAC11), o Ebitda teve melhora gradual, mas numa base de comparação fraca.
- LOJAS RENNER ON (SA:LREN3) caiu 3,4 por cento, após o Credit Suisse cortar a recomendação das ações para "neutra", ante "outperform", citando o valor, mas destacando que os fundamentos permanecem sólidos.
- KLABIN UNIT (SA:KLBN11) recuou 0,31 por cento, após o resultado do terceiro trimestre, que mostrou crescimento de quase 13 vezes do lucro líquido ante igual período do ano passado, para 391 milhões de reais.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) subiu 0,06 por cento e PETROBRAS ON (SA:PETR3) ganhou 0,47 por cento, com os preços do petróleo no mercado internacional em alta. O mercado também monitorou a informação de que a empresa deve concluir ainda 2017 a adesão ao segmento Nível 2 de Governança Corporativa na bolsa paulista. - VALE ON (SA:VALE3) caiu 2,62 por cento, após a empresa reportar lucro líquido de 7,14 bilhões de reais no terceiro trimestre, enquanto o Ebitda ajustado subiu 37,5 por cento ante mesma etapa do ano passado. Segundo o UBS, que têm recomendação de "venda" para os papéis da mineradora, a tendência de queda dos preços de minério de ferro aliada ao aumento de custos ditam cautela com o papel.
- SANTANDER UNIT (SA:SANB11) perdeu 3,6 por cento, após o banco reportar lucro recorrente de 2,586 bilhões de reais entre julho e setembro, alta de 37,3 por cento ante os 1,884 bilhão de igual período de 2016. Após despesas com ágio, o lucro societário subiu 25 por cento por cento ano a ano, a 1,795 bilhão de reais.
- SUZANO PAPEL E CELULOSE PNA avançou 1,37 por cento, após a empresa informar reajuste nos preços da celulose para todos os mercados a partir de 1º de novembro. Após o fechamento do pregão, a empresa reportou lucro líquido de 801 milhões de reais no terceiro trimestre. FIBRIA ON (SA:FIBR3) ganhou 1,66 por cento.
- VIA VAREJO UNIT (SA:VVAR11), caiu 3,33 por cento, após ter divulgado lucro líquido ajustado de 14 milhões de reais no terceiro trimestre, ante prejuízo de 156 milhões de reais um ano antes. O papel da empresa chegou a subir mais de 2 por cento durante o pregão. A empresa é parte do GPA, que caiu 0,35 por cento.
- LOJAS MARISA ON avançou 6,42 por cento após reportar resultado trimestral com crescimento da receita e indicando melhora em tendência, apesar de prejuízo líquido.
(Por Flavia Bohone)