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Ibovespa cai em semana marcada por dificuldades políticas com Previdência

Publicado 01.03.2019, 17:13
Atualizado 03.03.2019, 17:00
© Reuters.  Ibovespa cai em semana marcada por dificuldades políticas com Previdência
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Investing.com - A semana foi marcada pelas discussões relacionadas à reforma da Previdência após a entrega do texto no Congresso pelo presidente Jair Bolsonaro no último dia 20. Depois de tornar pública a proposta, o governo trabalha na construção de alianças para garantir a aprovação, mas a estratégia é criticada e traz dúvidas sobre a capacidade do governo de ter sucesso.

Este não foi o único evento que movimentou o Ibovespa na semana. A divulgação de balanços de importantes empresas que compõem o índice e o sentimento dos investidores estrangeiros sobre o avanço das negociações comerciais entre EUA e China, assim como a cúpula entre o presidente Donald Trump e o líder norte-coreano Kim Jong-un, movimentaram o principal índice do mercado acionário brasileiro. O Ibovespa encerrou a semana com perdas acumuladas de 3,35% a 94.603,75 pontos e o dólar subiu 0,73% a R$ 3,7752.

Voltando ao mundo político, o presidente da Câmara, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), teve uma agenda intensa na segunda e terça-feira para apresentar seu ponto de vista sobre a proposta da Reforma da Previdência. Em entrevista ao jornal Valor Econômico na segunda-feira, pressionou o governo e seu partido a utilizar as redes sociais para defender a reforma, que estão em silêncio ante as críticas da oposição e a disseminação de medidas que não correspondem às propostas do governo. "Não sei usar rede social, senão não seria deputado, e sim presidente", disse Maia em evento promovido pela Folha e FGV na segunda-feira em São Paulo, elogiando o uso das redes sociais pelo presidente na campanha eleitoral e relembrando o seu potencial de angariar apoio na população.

Articulação política foi outro ponto abordado por Maia em sua entrevista ao Valor e em suas participações no evento da Folha e do BTG Pactual, este realizado na terça-feira também em São Paulo. O deputado federal carioca não vê com bons olhos a construção de uma base governista por meio das bancadas temáticas, afirmando que elas não são fiéis caso o governo atenda seus interesses, ou seja, não há garantia que vota em bloco a favor da reforma.

Por isso, Maia defendeu as negociações por partidos e também por parlamentares da bancada estadual, que facilitaria o diálogo com governadores, inclusive os de oposição, que também estão interessados na reforma para equilibrar o orçamento estadual para não chegar à insolvência até 2022. Na entrevista ao Valor, Maia afirmou que o ministro da Infraestrutura já tem as principais obras mapeadas no país e seria um instrumento para atrair deputados para a aprovação da reforma, negociando o apoio por obras em reduto eleitoral do parlamentar.

Na quarta-feira, o presidente Bolsonaro se reuniu com lideranças partidárias no Palácio do Planalto para assumir protagonismo na articulação política. Ainda queixosos com a falta de diálogo com a Presidência, os parlamentares devem ter suas reinvidicações atendidas, com a distribuição de cargos de segundo escalão nos Estados e liberação de verbas sem contingenciamento. O atendimento dos pedidos dos parlamentares é uma quebra da promessa de campanha de Bolsonaro, que prometeu uma nova forma de governar sem o famoso "toma-la-da-cá", ou seja, troca de cargos por votos no Parlamento.

Nesta semana teve a escolha da deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) como líder do governo nas duas Casas. Hasselmann prometeu que vai trabalhar pela aprovação da reforma sem mexer na "cláusula pétrea" de economizar R$ 1 trilhão em 10 anos, como prometeu o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em evento no BTG Pactual. Lorenzoni demonstrou que o governo será flexível em relação a mudanças na proposta original para atender os deputados que são críticos a alguns pontos da reforma, como mudança nas regras do Benefício da Prestação Continuada (BPC) e da aposentadoria rural.

Na quinta-feira, entretanto, o presidente Bolsonaro disse, em conversa com jornalistas, os pontos que o governo pode ceder para que a reforma seja aprovada, ainda sem ter iniciado o debate da proposta no Congresso. Na sexta-feira, a base aliada e a equipe econômica buscaram apresentar uma outra versão às palavras do presidente para minimizar eventual desvantagem na hora de negociar os pontos discordantes com os deputados e senadores. Bolsonaro disse que pode reduzir a idade mínima de aposentadoria das mulheres de 62 para 60 e recuar nas propostas do BPC e das pensões por morte.

Para encerrar a semana no mundo político, a revogação da nomeação de Ilona Szabó de Carvalho para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, pode trazer complicações ao presidente. A revogação foi uma quebra de confiança, pois Bolsonaro havia dado carta branca a Moro. Desta forma, é mais um percalço na construção da base aliada para a aprovação da reforma da Previdência, com parlamentares devendo ficar receosos em fechar algo governo para, em seguida, voltar atrás. Mas também demonstrou que as redes sociais do presidente continuam influenciando o governo, pois o nome de Szabó não era bem-vista por eleitores de Bolsonaro por ela ser anti-armas e presidente do Instituto Igarapé, que trata de segurança pública e justiça social. Resta saber se o evento também pode dar pista se o governo consegue convencer seus eleitores nas redes sociais na defesa de suas pautas, como a reforma da Previdência.

Sabatina no Senado

Roberto Campos Neto assumiu o comando do Banco Central na quinta-feira. No dia anterior, foi sabatinado por senadores participantes da Comissão de Assuntos Econômicos. Campos Neto prometeu manter a política monetária de seu antecessor, Ilan Goldfajn, de não fazer estímulos intervencionista com redução da taxa de juros e aumentar a inclusão e a educação financeira do país.

Indicadores econômicos

A semana foi movimentada na divulgação de dados referentes à saúde da economia brasileira. O IBGE publicou o PIB de 2018 (1,1%) e a taxa de desemprego do trimestre encerrado em janeiro (12%). Também foi divulgado a criação de 34.313 novos postos de trabalho pelo Caged, o superávit primário de R$ 46,89 bilhões nas contas públicas em janeiro e o saldo comercial de US$ 3,673 bilhões em fevereiro, o segundo melhor da história para o mês.

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