Ibovespa caminha para ampliar sequência negativa com cenário externo e fiscal no radar

Publicado 15.07.2025, 12:21
Atualizado 15.07.2025, 12:27
© Reuters. Painel eletrônico na B3, em São Paulon05/08/2024 REUTERS/Carla Carniel

Por Patricia Vilas Boas

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta terça-feira, em curso de ampliar sua sequência de quedas para a sétima sessão, com investidores atentos a uma série de pautas externas e internas, que incluem dados da inflação norte-americana e questões fiscais domésticas.

Por volta de 12h, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, perdia 0,3%, a 134.888,67 pontos, perdendo o fôlego observado nas primeiras negociações do dia. Na mínima até o momento, chegou a 134.553,81 pontos. Na máxima, foi a 136.021,52 pontos. O volume financeiro somava R$5,7 bilhões.

Pela manhã, um relatório do governo dos Estados Unidos mostrou um aumento nos preços ao consumidor (CPI) no mês passado, conforme esperado, levando os operadores a manterem suas apostas em corte de juros pelo Federal Reserve em setembro.

Na agenda doméstica, as atenções recaem sobre a audiência de conciliação entre Executivo e Legislativo sobre o IOF e reuniões de comitê do governo com empresários para discutir as tarifas dos EUA sobre produtos brasileiros.

Além disso, o Banco Central reagendou para as 12h30 um leilão de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) de até US$1 bilhão que estava programado para esta manhã, após um "problema técnico", segundo informações da autarquia.

Na visão do analista Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos, a bolsa está sendo testada por uma mistura de fatores internacionais e eventos domésticos. "Esses eventos têm pesado sobre o humor local, adicionando incerteza ao mercado", afirmou.

Para a equipe do Itaú BBA, o movimento de realização de lucros em ativos brasileiros traz preocupações com o momento positivo de curto prazo, com alguns índices como o de small cap e de consumo entrando em baixa no curto prazo.

"Calibrar o stop de algumas operações que não evoluíram é um caminho saudável nesse momento", destacou análise técnica do banco no relatório Diário do Grafista.

Em Nova York, o Nasdaq e o S&P 500 atingiram novas máximas recordes graças aos ganhos da Nvidia (NASDAQ:NVDA), enquanto os investidores avaliavam os dados de inflação nos EUA e os resultados de bancos que deram início à temporada de balanços do segundo trimestre naquele país.

 

DESTAQUES

- MRV&CO ON (BVMF:MRVE3) perdia 3,99%, entre as maiores quedas do Ibovespa, após a construtora divulgar seus dados operacionais referentes ao segundo trimestre. Analistas do BTG apontaram para o consumo de caixa acima do esperado das operações brasileiras da MRV&Co no período, de R$102 milhões, com queima de R$80,7 milhões na incorporação, R$30,1 milhões na Luggo, mas geração de R$8,7 milhões na Urba. "O segundo trimestre foi misto (dados operacionais sólidos, mas fluxo de caixa fraco)", afirmaram os analistas em relatório.

- VALE ON (BVMF:VALE3) caía 2,49%, na segunda sessão de declínio e respondendo por uma das principais contribuições de baixa para o índice da bolsa brasileira. O movimento vinha na contramão dos ganhos do minério de ferro no dia, cujo contrato de setembro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações diurnas com alta de 0,26%, a 766,5 iuanes (US$106,92) a tonelada.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) tinha variação negativa de 0,56% e PETROBRAS ON (BVMF:PETR3) perdia 0,74%, com respaldo do recuo nos preços do petróleo no exterior, onde o barril do Brent cedia 0,26%, a US$69,03.

- SUZANO (BVMF:SUZB3) ON avançava 0,64%, tendo como pano de fundo comentários do seu diretor-geral para as Américas, Guilherme Miranda, de que a maior fabricante de celulose de eucalipto do mundo encontrará formas de vender seus produtos para outros mercados diante do anúncio pelos Estados Unidos de novas tarifas sobre produtos brasileiros. Segundo o executivo, o Brasil é responsável por cerca de 83% da celulose importada anualmente pelos EUA.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) caía 0,29%, engrossando a lista de ações de grande peso no Ibovespa em terreno negativo. Em bancos, BTG PACTUAL (BVMF:BPAC11) UNIT perdia 0,12%, BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) recuava 0,5%, mas SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) subia 0,37% e BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) mostrava variação positiva de 0,87%.

- MARFRIG ON (BVMF:MRFG3) tinha alta de 1,26%, enquanto BRF ON (BVMF:BRFS3) recuava 0,52%, com uma nova data para realização das assembleias que votarão a fusão das empresas: 5 de agosto. No setor, MINERVA ON (BVMF:BEEF3) ganhava 0,95%.

 

(Reportagem de Patricia Vilas Boas; Edição de Pedro Fonseca)

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.