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Ibovespa emenda 3º ganho e sobe 2,04%, perto dos 106 mil pontos

Publicado 04.08.2022, 15:00
Atualizado 04.08.2022, 18:10
© Reuters.  Ibovespa emenda 3º ganho e sobe 2,04%, perto dos 106 mil pontos
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Em dia sem sinal único em Nova York, o Ibovespa voltou a mostrar rumo próprio, em alta de 2,04%, aos 105.892,22 pontos, o melhor nível de fechamento desde 9 de junho (107.093,71). A recuperação neste começo de agosto se faz acompanhar por entrada de recursos estrangeiros na B3 (BVMF:B3SA3): nos dois primeiros dias do mês, tal saldo ficou positivo em R$ 437,7 milhões, com aporte de quase R$ 528 milhões considerando apenas a sessão de terça-feira (2), quando sinais 'hawkish' de autoridades de Federal Reserve e a cautela em torno de Taiwan descolaram a B3 do dia negativo no exterior, beneficiada por algum avanço nas commodities. No ano, o saldo de capital externo está agora perto de R$ 54,2 bilhões.

Nesta quinta, os ganhos se disseminaram pelas ações e setores de maior liquidez e peso no Ibovespa, com o apetite por renda variável sendo favorecido pela indicação do Copom, na quarta à noite, de que o ciclo de elevação de juros no Brasil está virtualmente concluído - ou muito próximo a isso, com a possibilidade de um aumento residual na próxima reunião, em setembro. Assim, a expectativa majoritária é de Selic a 13,75%, o nível a que foi elevada na quarta, ou talvez 'arredondada' a 14% ao ano quando o comitê monetário voltar a se reunir, no mês que vem.

No comunicado de quarta-feira, o Copom "deixou de se comprometer com uma decisão para a próxima reunião, dizendo que 'pode' fazer um aumento menor", observa Igor Barenboim, sócio e economista-chefe da Reach Capital. Ele destaca que o BC inovou ao deslocar o horizonte relevante da meta de inflação para os 12 meses até março de 2024, "de modo a limpar o efeito das mudanças tributárias". "Essa inovação aumenta a chance de o BC poder concluir o ciclo de aumento de juros" com a decisão da noite de quarta, acrescenta o economista.

Com o entusiasmo pós-Copom, e uma redução de 3,5% anunciada pela Petrobras (BVMF:PETR4) para os preços do diesel nas refinarias - o que contribui para reforçar o viés desinflacionário -, o giro financeiro voltou a se recuperar nesta quinta-feira na B3, a R$ 34,5 bilhões. Entre a mínima e a máxima do dia, o Ibovespa oscilou dos 103.776,71 pontos, da abertura, aos 106.161,56 pontos, maior nível intradia desde 10 de junho (107.092,37). Na semana e no mês, o índice sobe agora 2,64%, voltando assim a ficar positivo no ano (+1,02%). Foi o terceiro avanço diário consecutivo para a referência da B3 e a maior alta em porcentual desde 7 de julho, quando também havia subido 2,04% naquela sessão.

Os ganhos entre os bancos chegaram nesta quinta a 2,43%, para Bradesco (BVMF:BBDC4) ON e Itaú (BVMF:ITUB4) PN, nesta quinta-feira, em sessão positiva também para Petrobras (ON +1,54%, PN +0,97%), mas não para Vale (BVMF:VALE3) (ON -0,58%), que se firmou em baixa em direção ao fim da sessão. O índice de materiais básicos fechou o dia com ganho de 1,32%, e o de consumo, a 2,69%.

Na ponta do Ibovespa, destaque para Méliuz (BVMF:CASH3) (+15,04%), à frente de Gol (BVMF:GOLL4) (+14,81%), Magazine Luiza (BVMF:MGLU3) (+13,99%), MRV (BVMF:MRVE3) (+12,73%), Via (+12,60%) e Cyrela (BVMF:CYRE3) (+11,42%), com empresas dos setores de varejo, construção e serviços mostrando ganhos de dois dígitos na sessão, em meio à perspectiva de conclusão do ciclo de aperto monetário. No lado oposto, as perdas foram pouco visíveis nesta quinta-feira, limitadas a 2,00% (BRF (BVMF:BRFS3)), 1,73% (PetroRio (BVMF:PRIO3)) e 1,63% (Minerva (BVMF:BEEF3)), na ponta negativa do índice.

Entre a quarta e esta quinta, a BGC Liquidez realizou nova pesquisa sobre a Selic, desta vez com 139 'players' institucionais, no pós-Copom, levantamento que trouxe "certa dicotomia" entre a visão de traders/gestores e a dos economistas. O primeiro grupo ficou dividido entre percepção neutra (39%) e "mais dovish do que o esperado" (33%) quanto ao comunicado, considerado "mais dovish do que o esperado" por 57% do grupo de economistas ouvidos - ou seja, bem mais surpreendente para os economistas do que para os traders e gestores.

"Para a Selic terminal deste ano, vemos o mercado concentrando um pouco mais no 'call' de fim de ciclo em 13,75% (48%)", comparado a 38% na pesquisa pré-Copom, aponta a BGC. "O 'call' de 14,00% ficou estável (38%)" e a "maioria entre traders e gestores (54%) acha que o ciclo se encerrou", enquanto a maior parte entre os economistas "prefere ainda apostar no 'call' de ajuste residual de 25bps pontos-base", acrescenta o levantamento.

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