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Ibovespa ensaia melhora com NY, mas cautela segue após colapso do SVB

Publicado 13.03.2023, 12:15
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa ensaiava melhora nesta segunda-feira, após recuar mais de 1% no começo do dia, em uma primeira reação a preocupações sobre os potenciais reflexos do colapso do Silicon Valley Bank (SVB), que fez reguladores nos Estados Unidos agirem no fim de semana para reforçar a confiança no sistema bancário.

No Brasil, o foco continua voltado para a nova regra fiscal, que pode ser conhecida nos próximos dias. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse mais cedo nesta segunda-feira que quer apresentar o novo arcabouço para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin nesta semana.

Às 12:03, o Ibovespa subia 0,19%, a 103.818,57 pontos. No pior momento, caiu 1,3%, a 102.254,72 pontos. O volume financeiro somava 6,7 bilhões de reais.

Na sexta-feira, quando houve o anúncio da liquidação do norte-americano SVB, focado em startups, o Ibovespa encerrou o dia em baixa de 1,38%, a 103.618,2 pontos.

No domingo, Federal Reserve, Tesouro norte-americano e Federal Deposit Insurance Corp (FDIC) lançaram medidas de emergência para reforço da confiança no sistema bancário norte-americano, incluindo que os clientes do SVB terão acesso a todos os seus depósitos a partir desta segunda-feira.

Ainda foi criado um novo instrumento para dar aos bancos acesso a fundos emergenciais e o Fed também tornou mais fácil para os bancos tomarem empréstimos em emergências.

"A situação ainda está em evolução e demanda cautela nos próximos dias e semanas", afirmou Dan H. Kawa, diretor de investimentos da TAG Investimentos, chamando a atenção para a "situação complicada" do Fed neste momento.

Mesmo com a inflação alta, afirmou, o BC norte-americano precisou colocar uma medida em prática que deverá injetar liquidez na economia, tornando o seu trabalho de combate à alta dos preços ainda mais desafiador.

Kawa disse que ainda prevê um aumento de 0,25 ponto percentual no juro nos EUA neste mês, mas ponderou que o núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de fevereiro, que será divulgado na terça-feira, será determinante para se saber se haverá ou não alta na taxa básica no curto-prazo.

Na semana passada, em declarações ao Congresso norte-americano, o chair do Fed, Jerome Powell, tinha deixado a porta aberta para um aperto monetário maior e mais rápido nos EUA.

Em Nova York, o S&P 500 também entambémmelhora, embora volátil, subindo 0,65% neste momento.

Na visão da equipe da XP (BVMF:XPBR31) Ivestimentos, apesar das medidas implementadas pelos reguladores, o mercado segue preocupado com o risco sistêmico e de liquidez no sistema bancário.

Para Kawa, os efeitos da derrocada do SVB no Brasil devem ser secundários, mais concentrados no preço e dinâmica de curto-prazo dos ativos de risco. "Vejo a situação e pano de fundo para o sistema bancário no país como muito diferente do que é visto nos EUA", acrescentou em comentário a clientes.

MERCADO LOCAL

No cenário doméstico, além da regra fiscal, a XP destacou que o mercado também aguarda os dois nomes que o governo indicará para a diretoria do Banco Central, com a equipe da plataforma de investimentos avaliando que há "grande chance" de ambos serem divulgados esta semana.

"Eles são fundamentais para sinalizar os rumos da política fiscal e monetária no governo Lula", ressaltou. Os diretores de Política Monetária, Bruno Serra, e de Fiscalização, Paulo Souza estão em término de mandato.

Em evento nesta segunda-feira, Haddad afirmou que Lula indicará nomes técnicos para diretorias do Banco Central e que deve tomar uma decisão nos próximos dias.

DESTAQUES

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) recuava 0,5%, a 23,95 reais, e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) cedia 0,66%, a 13,48 reais, em meio a um ambiente ainda desafiador para o crédito no Brasil e com algum contágio do noticiário envolvendo o SVB nos EUA. BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) tinha variação positiva de 0,16%, a 38,45 reais, e SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) mostrava declínio de 1,2%, a 26,3 reais.

© Reuters. Bolsa de Valores B3
09/03/2021
REUTERS/Amanda Perobelli

- VIA ON avançava 12,64%, a 2,05 reais, em sessão de ajustes, após fechar em queda de mais de 6% na última sexta-feira, enquanto MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:MGLU3) tinha elevação de 8,53%, a 3,69 reais, dando continuidade à recuperação que começou ainda no último pregão, após a ação recuar a 11,5% no pior momento da sexta-feira.

- 3R PETROLEUM ON caía 4,6%, a 27,58 reais, enquanto PRIO ON recuava 2,08%, a 32,52 reais, em meio ao declínio dos preços do petróleo no exterior. PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) mostrava baixa de 0,6%, a 24,83 reais.

- VALE ON (BVMF:VALE3) tinha elevação de 0,87%, a 85,44 reais, conforme os preços dos contratos futuros do minério de ferro avançaram na China e em Cingapura. No setor de mineração e siderurgia, CSN ON (BVMF:CSNA3) valorizava-se 1,57%, a 16,17 reais.

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