Ibovespa avança 3% em julho com endosso do Fed a aposta sobre corte de juros

Publicado 31.07.2024, 17:03
Atualizado 31.07.2024, 18:35
© Reuters.

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta de mais de 1% nesta quarta-feira, com o Federal Reserve avalizando o desempenho positivo no acumulado do mês ao sinalizar a possibilidade de começar a cortar os juros nos Estados Unidos em setembro.

A performance do dia ainda teve como alicerce a disparada da WEG, após resultado trimestral acima das previsões, e o avanço de Vale e Petrobras, seguindo os preços de petróleo e minério de ferro no exterior.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,2%, a 127.651,81 pontos, acumulando um ganho de 3,02% em julho, tendo marcado 127.852,69 pontos na máxima e 126.139,21 pontos na mínima da sessão.

O volume financeiro somou 23,17 bilhões de reais, acima da média diária do mês, de 20,5 bilhões de reais.

A alta do Ibovespa acumulada no mês foi apoiada principalmente nas compras de investidores estrangeiros em meio a um movimento global de rotação de ações na esteira de expectativas relacionadas ao BC norte-americano.

De acordo com dados da B3 (BVMF:B3SA3), o saldo positivo de capital externo no mercado secundário de ações era de 3,64 bilhões de reais em julho até o dia 28, marcando o primeiro mês com entrada líquida de estrangeiros em 2024.

O Fed não desapontou e manteve os juros na faixa de 5,25% a 5,50%, enquanto abriu a porta para um corte na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), afirmando que "houve mais algum progresso em direção à meta de 2% (de inflação)".

O coordenador de Alocação e Inteligência da Avenue, José Maria Silva, destacou algumas alterações no comunicado, acrescentando que mostraram um "tom mais dovish do Fed".

Ele citou a alteração de "a inflação permanece elevada" para "a inflação permanece um tanto elevada" e também a mudança quando diz que “permanece atento aos riscos inflacionários" para que "segue atento aos riscos associados ao mandato dual do Fed".

Após o anúncio, futuros atrelados aos Fed funds passaram embutir uma chance de 95% de redução de 0,25 ponto percentual na taxa de juros em setembro. Antes, esse percentual era de 89%.

Na coletiva logo após o anúncio, o chair Jerome Powell indicou que um possível corte nas taxas de juros pode estar em discussão para a reunião de setembro, dependendo da totalidade dos dados disponíveis.

Para o chefe de estratégias de investimentos da Global X ETFs, Scott Helfstein, o mercado ainda pode estar muito otimista em torno de um corte em setembro.

"Um corte em dezembro continua sendo nosso cenário base, a menos que os próximos dois relatórios de empregos mostrem uma desaceleração relevante no mercado de trabalho. Enquanto isso, a alta do emprego tem surpreendido continuamente para cima."

DESTAQUES

- WEG ON (BVMF:WEGE3) disparou 10,47%, para uma máxima histórica de fechamento de 50,66 reais, equivalente a um ganho de 20 bilhões de reais em valor de mercado. O balanço do segundo trimestre da fabricante de motores elétricos mostrou resultado operacional medido pelo Ebitda de 2,12 bilhões de reais, acima das previsões no mercado, com melhora em margens e avanço de receita e no retorno sobre capital investido. O conselho de administração também aprovou dividendos intermediários relativos aos resultados do primeiro semestre de 786,9 milhões de reais.

- VALE ON (BVMF:VALE3) avançou 2,34%, acompanhando o movimento dos futuros do minério de ferro em Cingapura, onde o vencimento de referência subiu 2%. Na China, o contrato da commodity mais negociado em Dalian caiu 0,13%.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) valorizou-se 1,31%, endossada pela forte alta dos preços do petróleo no exterior, com o barril de Brent mostrando elevação de 2,66%. A Petrobras foi uma das vencedoras no leilão de petróleo realizado pela União, no qual a estatal Pré-Sal Petróleo (PPSA) estimou uma arrecadação de 17 bilhões de reais. No setor, 3R ON (BVMF:RRRP3) avançou 0,97%, tendo ainda como pano de fundo o resultado trimestral. PRIO ON (BVMF:PRIO3) e PETRORECONCAVO ON apuraram aumentos de 2,15% e 0,44%, respectivamente.

- TIM ON (BVMF:TIMS3) fechou com acréscimo de 6,84%, reagindo ao balanço do segundo trimestre, com o Ebitda normalizado somando 3,15 bilhões de reais, 8,2% acima do registrado um ano antes. A operadora de telefonia também aprovou programa para a recompra de até 5,04 milhões de ações. Em videoconferência com analistas, o CEO da TIM Brasil afirmou que o cenário competitivo no país segue bem racional no pós e pré.

- ELETROBRAS ON (BVMF:ELET3) subiu 4,16%, com o noticiário sobre a elétrica envolvendo pedido da companhia ao STF para prorrogar por 45 dias as discussões sobre participação do governo no seu conselho de administração. A Eletrobras também disse nesta quarta-feira que "não há efetiva" negociação para a venda de sua participação na empresa paulista de energia Emae com o empresário Nelson Tanure.

- AMBEV ON (BVMF:ABEV3) caiu 0,52% antes da divulgação do resultado do segundo trimestre na quinta-feira, que acontece antes da abertura do mercado brasileiro. Em relatório enviado no mês passado, analistas da XP (BVMF:XPBR31) afirmaram esperar "um trimestre não empolgante", com números sólidos nas operações do Brasil, mas resultados fracos no Canadá e na região América Latina do Sul (LAS), que inclui Argentina, Uruguai, Bolívia, Paraguai e Chile.

- BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) recuou 1,48%, em dia mais negativo para bancos, com ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) cedendo 1,4% e SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) em baixa de 0,42%, enquanto BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) subiu 0,24%. Bradesco, Itaú e BB divulgam seus balanços na próxima semana nos dias 5, 6 e 7 de agosto, respectivamente. Na contramão, BTG PACTUAL (BVMF:BPAC11) UNIT subiu 1,75%.

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