Lula diz que espera encontrar com Trump e que enviou carta convidando para COP30
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O sinal negativo prevaleceu na bolsa paulista nesta quarta-feira, reflexo de movimentos de realização de lucros, com as ações do Banco do Brasil entre as maiores pressões de baixa do Ibovespa, tendo no radar a divulgação do resultado do último trimestre e do ano de 2024, que ocorreu após o fechamento.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 0,95%, a 127.308,8 pontos, após marcar 128.528,28 pontos na máxima e 127.028,24 pontos na mínima do dia. O volume financeiro no pregão somou R$20 bilhões.
De acordo com o responsável pela mesa de ações do BTG Pactual (BVMF:BPAC11), Jerson Zanlorenzi, as ações brasileiras têm mostrado um desempenho mais positivo desde o começo do ano, em boa parte pelo apetite de estrangeiros, mas sem muita estrutura, ou mudanças, no Brasil.
"Tivemos uma performance intensa, rápida, então é natural ocorrer algum ajuste... é até saudável", afirmou, citando ainda a falta de catalisadores na sessão. O Ibovespa acumula alta de quase 7% no ano.
O pregão nesta quarta-feira teve como pano de fundo o avanço nas taxas dos contratos de DI, o que costuma pressionar negativamente ações de empresas de setores sensíveis à economia, como o varejo, ou com níveis elevados de endividamento.
A temporada de balanços no Brasil também ocupou as atenções, com a repercussão dos números de Carrefour Brasil , GPA e Iguatemi (BVMF:IGTI11) , conhecidos na noite da véspera, enquanto o final do dia reserva os resultados de Vale, Gerdau e BB, entre outros. O BB divulgou seu balanço logo após o fechamento do mercado.
Em Wall Street, o S&P 500 encerrou com acréscimo de 0,24%, marcando um novo recorde, em meio a novas ameaças de tarifas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, além de dados econômicos e a ata da última reunião do Federal Reserve.
DESTAQUES
- BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) recuou 2% antes da divulgação do balanço, que ocorreu após o fechamento do mercado brasileiro. O banco registrou lucro líquido ajustado de R$9,58 bilhões no quarto trimestre do ano passado, alta de 1,5% ano a ano. Previsões compiladas pela LSEG apontavam lucro líquido de R$9,53 bilhões no último trimestre de 2024. No setor, ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) cedeu 0,93%, BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) caiu 1,8% e SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) fechou negociada em baixa de 1,94%.
- GPA ON perdeu 7,17%, após o dono da rede de supermercados Pão de Açúcar (BVMF:PCAR3) mostrar prejuízo de R$737 milhões nas operações continuadas no quarto trimestre. O Ebitda ajustado consolidado, porém, subiu 25,4% e a margem cresceu 1,4 ponto percentual, a 9,5%. As vendas mesmas lojas subiram 9,6% e a alavancagem financeira caiu a 1,6 vez.
- VALE ON (BVMF:VALE3) perdeu 0,09% antes do resultado do quarto trimestre, que será conhecido após o fechamento do pregão. Estimativas compiladas pela LSEG apontam lucro líquido de US$1,947 bilhão. Na China, os futuros do minério de ferro avançaram, com o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrando o dia com alta de 1,48%.
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) fechou em alta de 0,21%, renovando máximas históricas e completando cinco pregões seguidos de alta. No exterior, o barril de petróleo do tipo Brent, usado como referência pela estatal, avançou 0,26%.
- LWSA ON (BVMF:LWSA3) caiu 8,19%, no segundo pregão seguido no vermelho, após acumular até a segunda-feira três altas seguidas, com um ganho de quase 11% no período. Na semana passada, a companhia anunciou que o conselho de administração elegeu Rafael Chamas Alves como presidente, bem como aprovou novo programa de recompra de até 38,8 milhões de ações.
- LOJAS RENNER ON (BVMF:LREN3) recuou 3,63%, contaminada nesta sessão pelo avanço nas taxas dos DI antes do balanço previsto para a quinta-feira, após o fechamento. O índice do setor de consumo terminou o dia com declínio de 2,12%.
- CPFL (BVMF:CPFE3) ENERGIA ON avançou 1,72%, reagindo após duas quedas seguidas, em movimento descolado do setor, com o índice de energia elétrica da B3 (BVMF:B3SA3) caindo 0,51%.
- USIMINAS PNA (BVMF:USIM5) valorizou-se 0,5%, endossada por relatório do Itaú BBA, que elevou a recomendação das ações para "outperform" e o preço-alvo de R$7 para R$8,50, citando um "momentum positivo" operacional e "valuation" atrativo. No setor, GERDAU PN (BVMF:GGBR4), que também divulga balanço após o fechamento, cedeu 0,46% e CSN ON (BVMF:CSNA3) caiu 1,46%.
- CARREFOUR BRASIL ON (BVMF:CRFB3) cedeu 2% mesmo após o balanço do último trimestre do ano passado mostrar salto de 241% no lucro líquido. O resultado incluiu R$1 bilhão em ativos tributários diferidos relativos a perdas acumuladas do grupo Big. O Ebitda ajustado cresceu 2,2%, enquanto a margem recuou 0,2 ponto, a 6,5%.
- IGUATEMI UNIT recuou 3,09%, após os números do quarto trimestre, que mostraram lucro líquido ajustado 21,9% acima do registrado no mesmo período de 2023. O Ebitda ajustado cresceu 19,4% e a margem avançou a 84%. A companhia divulgou projeções para 2025, incluindo crescimento da receita líquida de shoppings entre 7% e 11%.
- ONCOCLÍNICAS ON, que não faz parte do Ibovespa, voltou a disparar, fechando com elevação de 16,28%. Na véspera, já tinha saltado 20,56%, completando quatro sessões seguidas no azul. Uma reportagem do blog Pipeline, do Valor Econômico, afirmou que a gestora Latache, de Renato Azevedo, comprou nos últimos dias ações da companhia.