SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa iniciou a semana fechando em baixa, após oscilar muito ao longo da sessão, refletindo a cautela do mercado com os próximos dias no cenário internacional e com os possíveis desdobramentos na tramitação da reforma da Previdência.
O Ibovespa fechou a sessão em queda de 0,43%, a 97.623,25 pontos.
Segundo profissionais do mercado, os negócios reverberaram em parte as crescentes apostas de que autoridades monetárias poderão indicar nesta semana que estão abertas a fazer cortes em taxas de juros ainda neste ano.
Na semana cortada pelo feriado de Corpus Christi, na quinta-feira, haverá reuniões de política monetária dos bancos centrais dos Estados Unidos, Japão e da Inglaterra.
Além disso, haverá também reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central, na terça e quarta-feiras. A expectativa de corte da Selic foi reforçada com a pesquisa Focus, que mostrou o mercado reduzindo a previsão de crescimento econômico pela 16ª semana seguida. A pesquisa também mostrou que a estimativa agora é de que a Selic termine o ano em 5,75%, ante atual patamar de 6,5%.
"Cada um desses bancos centrais vai indicar possivelmente uma flexibilização nas taxas de juros, isso por si só já gera uma prudência", disse o economista-chefe do banco digital Modalmais, Alvaro Bandeira.
O mercado ainda espera mais desdobramentos na sequência da Tramitação da reforma da Previdência. Mais cedo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse esperar que a proposta de reforma seja aprovada na comissão especial da Casa em 26 de junho.
DESTAQUES
- EMBRAER (SA:EMBR3) subiu 0,54%, após a fabricante de aeronaves ter anunciado no início da manhã que assinou contrato com a United Airlines para até 39 jatos E175, em acordo avaliado em 1,9 bilhão de dólares, segundo preços de lista.
- PETROBRAS subiu 0,2% e PETROBRAS ON (SA:PETR3) teve queda de 0,1% respectivamente. A estatal anunciou que prevê realizar ainda em 2019 um teste de longa duração em uma das áreas com potencial para produção de gás natural descobertas em águas profundas na bacia de Sergipe, a maior da empresa desde o pré-sal, em 2006.
- VALE (SA:VALE3) recuou 2,3%, na esteira dos futuros do minério de ferro na China, que caíram com o mercado focando nas perspectivas de maiores embarques do Brasil. A mineradora afirmou na semana passada que espera retomar em breve sua mina de Brucutu (MG), com capacidade anual de 20 milhões de toneladas.
- GOL avançou 2,2%, após um tribunal de apelação autorizar nesta segunda-feira que a Avianca Brasil prossiga com um leilão, no qual espera-se que venda seus direitos de pousos e decolagens em aeroportos. As duas maiores companhias aéreas do país, a Latam Airlines e a Gol (SA:GOLL4), devem participar do leilão.
- VIA VAREJO valorizou-se 2%. A família Klein retomou na sexta-feira o controle da companhia em leilão na B3. O GPA (SA:PCAR4) teve alta de 0,9%.
- IRB (SA:IRBR3) BRASIl avançou 3%, recuperando-se da queda de sexta-feira, após notícia de que o governo federal e a BB (SA:BBAS3) Seguros planejavam vender suas fatias na resseguradora até julho por meio de uma oferta de ações pesou nos papéis.
- BANCO INTER, fora do Ibovespa, recuou 2,9%, após correntistas afirmarem em redes sociais que os saldos de suas contas correntes estavam zerados. Segundo o banco, houve uma "instabilidade na visualização de saldo em uma pequena parcela de contas" que já estava normalizado.
(Por Peter Frontini e Aluísio Alves)